A cidade de Buenos Aires passará a aceitar criptomoedas em uma iniciativa inédita no país. A partir da nova medida, os cidadãos poderão quitar impostos como o ABL (imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana) e Patentes, além de realizar procedimentos não tributários, como a emissão de carteiras de motorista e o pagamento de multas de trânsito.
Segundo comunicado oficial, a iniciativa busca consolidar Buenos Aires como referência global em inovação digital e atrair empresas da criptoeconomia por meio de um ambiente regulatório mais favorável. O governador Jorge Macri afirmou que o objetivo é “transformar a cidade em líder mundial em cripto”.
Ainda não foram divulgadas as moedas digitais aceitas, mas analistas especulam que stablecoins atreladas ao dólar, além do bitcoin (BTC), devem estar entre as opções. A preferência pelo dólar é uma tradição dos argentinos, o que reforça a expectativa pelo uso de ativos estáveis.
Quais impostos poderão ser pagos?
Com a mudança, cidadãos e empresas poderão usar criptomoedas para:
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Imposto sobre propriedade (ABL);
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Patentes;
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Imposto de Renda local (Ingresos Brutos);
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Taxas administrativas não tributárias, como emissão de CNH e quitação de multas.
Os pagamentos serão realizados por QR Code, integrados às carteiras digitais. No início, apenas algumas wallets terão suporte, mas a cidade estuda criar um agregador oficial para ampliar o alcance.
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Impacto para empresas e moradores
A decisão ocorre em meio à crise econômica argentina, onde o uso de cripto já é comum. Estima-se que o país possua mais de 10 milhões de contas de criptomoedas, cerca de 22% do total da América Latina.
Na capital, 10 mil pessoas recebem pagamentos do exterior em criptomoedas ou via PayPal. Com a medida, o governo espera reduzir burocracias e estimular o desenvolvimento do setor, fortalecendo startups locais e criando um ecossistema regulatório claro.
Outras medidas anunciadas
Além de permitir pagamentos em cripto, Buenos Aires anunciou ajustes que devem impulsionar ainda mais o setor:
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Atualização da lista de atividades econômicas – inclusão de categorias específicas para negócios ligados a criptoativos, facilitando a declaração de impostos.
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Exclusão de VASPs (Provedores de Serviços de Ativos Virtuais) de regimes bancários de retenção – reduzindo burocracia e melhorando o capital de giro das empresas.
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Base tributária diferenciada – imposto calculado apenas sobre o lucro líquido de operações com cripto, e não sobre o valor total transacionado.
O futuro da criptoeconomia em Buenos Aires
O presidente Javier Milei, defensor do uso de moedas digitais, apoia a iniciativa. Para especialistas, a decisão da cidade pode servir de modelo para outras províncias argentinas, ampliando o alcance das criptomoedas no setor público.
No entanto, críticos alertam que ainda existem riscos: volatilidade do mercado, falta de clareza regulatória internacional e desafios técnicos de integração podem gerar obstáculos no curto prazo.