O mercado de criptomoedas enfrenta um período de volatilidade, com o Bitcoin (BTC) atingindo o menor patamar dos últimos dois meses. A queda foi desencadeada pelo recorde diário de saques nos fundos de índices (ETFs) à vista da criptomoeda nos Estados Unidos.
Na quarta-feira (1), os investidores retiraram um total de US$ 564 milhões dos 11 fundos de criptomoedas negociados em bolsa, marcando o maior volume desde o lançamento desses ETFs na segunda semana de janeiro. Essa movimentação gerou uma pressão significativa sobre o BTC, que chegou a cair para US$ 56.852 durante o feriado do Dia do Trabalho.
Embora tenha havido uma leve recuperação nas primeiras horas desta quinta-feira (2), com o Bitcoin sendo negociado em torno de US$ 57.775, a criptomoeda ainda acumula uma queda de quase 10% na semana. No mês de abril, o BTC registrou uma retração de 16%.
Além dos saques recordes nos ETFs, o Bitcoin também está reagindo à política monetária dos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), banco central do país, anunciou a manutenção das taxas de juros e indicou que elas permanecerão mais altas por um período prolongado. Essa perspectiva tem impacto negativo sobre ativos de risco, como criptomoedas e ações.
“Os próximos três a quatro meses serão menos otimistas, com os investidores mais atentos ao risco. O mercado está monitorando de perto a inflação, o emprego e os dados econômicos em busca de quaisquer choques inesperados ou para ganhar confiança sobre potenciais cortes nas taxas”, destacou Youwei Yang, economista-chefe e vice-presidente da mineradora de criptomoedas BIT Mining, em entrevista à Bloomberg.
A queda do Bitcoin está sendo observada por alguns traders como um possível precursor de mudanças mais amplas no apetite ao risco nos mercados globais. No entanto, as altcoins, criptomoedas alternativas ao BTC, operam em alta, com destaque para a Solana (SOL), que registra um ganho de 10,60% nesta manhã.