Crédito para biodiesel vem mostrando sinais de recuperação, impulsionado pela ampliação do percentual de mistura B15, que elevou a rentabilidade das principais produtoras. Nesta quinta-feira, a Olfar anunciou a captação de R$ 120 milhões em debêntures incentivadas, marcando um momento promissor para o setor, refletindo avanços importantes.
B15 e fortalecimento do mercado de crédito para biodiesel
O B15, que representa a mistura mínima de 15% de biodiesel no diesel comum, tem sido um grande impulsionador para o mercado de crédito para biodiesel. Essa medida fez com que a demanda pelo biocombustível aumentasse, resultando em margens de lucro muito melhores para as empresas do setor. Entre 2022 e 2024, a margem EBITDA das produtoras mais relevantes quase dobrou, refletindo ganhos significativos na rentabilidade.
Com o aumento da mistura para 15% em agosto de 2024, empresas como a Olfar e a Oleoplan viram melhorias claras em seus indicadores financeiros. A alavancagem do setor também melhorou bastante, com a dívida líquida passando de duas vezes o EBITDA para aproximadamente uma vez, mostrando que a saúde financeira do setor está mais robusta.
Esses resultados melhores abriram portas para novas operações de crédito, como as debêntures incentivadas que a Olfar captou recentemente, no valor de R$ 120 milhões. Tais operações possuem juros competitivos, como o spread de 1,05% sobre a NTN-B, atraindo mais investidores para o setor.
Além disso, a busca por ativos isentos de impostos no mercado financeiro cresceu, beneficiando ainda mais as empresas de biodiesel. A expectativa é que o B15 continue puxando esse movimento, tornando o crédito mais acessível e barato para novas emissões nos próximos anos.
Captação histórica da Olfar e cenário financeiro do setor
Na semana atual, a Olfar realizou uma captação histórica de R$ 120 milhões por meio de debêntures incentivadas. Essa operação tem prazo de sete anos e oferece aos investidores um spread de 1,05% sobre a NTN-B, demonstrando confiança no setor de biodiesel. Foi a primeira emissão após os ajustes no regulamento do B15, que aumentou para 15% a mistura do biodiesel no diesel comum.
O mercado financeiro do setor de biodiesel mostra sinais claros de fortalecimento. Entre 2022 e 2024, as margens de EBITDA das principais empresas, como Olfar, Oleoplan e Be8, praticamente dobraram. A Olfar teve um crescimento para 14% na margem EBITDA, reflexo direto da maior demanda e melhor rentabilidade.
A alavancagem das empresas também melhorou com a redução da dívida líquida próxima a uma vez o EBITDA, ante duas vezes em 2022. Isso indica que as companhias conseguem administrar melhor seu endividamento e têm mais segurança para atrair investidores.
O ambiente de crédito mais favorável abre espaço para novas operações, fomentando a expansão do setor. A alta procura por ativos isentos e a estabilidade dos fundamentos financeiros reforçam o apetite por investimentos em biocombustíveis, criando um cenário promissor para os próximos anos.