A atividade fabril do Japão encolheu pelo terceiro mês consecutivo em agosto, segundo uma pesquisa divulgada na sexta-feira, à medida que os fabricantes foram pressionados por pressões de custos decorrentes da inflação de matérias-primas e dos salários em alta.
O iene tem estado sob pressão nos últimos meses, pressionado pela política monetária ultrafrouxa do Banco do Japão, que por sua vez tem inflacionado os custos dos bens importados.
O índice de gerentes de compras (PMI) da manufatura do Japão da au Jibun Bank ficou em 49,6, sem alterações em relação ao mês anterior e ligeiramente abaixo da leitura inicial de 49,7. Foi o terceiro mês que o índice ficou abaixo do limite de 50,0 que separa o crescimento da contração.
A produção e os novos pedidos, que contribuem mais para o indicador principal, permaneceram em contração, embora a redução dos pedidos tenha sido mais lenta do que em julho, segundo dados da S&P Global Market Intelligence.
A inflação dos custos de entrada acelerou novamente pela primeira vez desde setembro, enquanto a inflação dos preços de saída desacelerou, pressionando os lucros das empresas.
Os salários em alta também alimentaram as pressões de custos, segundo a pesquisa, com o subíndice de emprego mostrando o crescimento mais fraco em 29 meses.
“As empresas notaram que o preenchimento de vagas existentes devido à escassez de mão-de-obra foi compensado por um número de demissões voluntárias à medida que os funcionários buscavam empregos com salários mais altos”, disse Usamah Bhatti, da S&P.
A fraca leitura do PMI vem um dia depois que os dados do governo mostraram que a produção industrial japonesa caiu mais do que o esperado em julho, prejudicada pela fraca demanda por bens de capital e dispositivos eletrônicos na China. O PMI oficial da China na quinta-feira mostrou contração pelo quinto mês consecutivo.
As expectativas de produção futura dos fabricantes japoneses permaneceram positivas, mas o crescimento foi o mais fraco em seis meses, segundo os dados da S&P.