Ambipar (AMBP3) dispara 23% em meio a especulações sobre recuperação judicial

As ações da Ambipar (AMBP3) disparam 23% após semanas de quedas e em meio a rumores de recuperação judicial.
Ambipar (AMBP3)

As ações da (AMBP3) registraram forte alta nesta quinta-feira (9), subindo 23,5%, cotadas a R$ 0,84 por volta das 12h. O movimento ocorre após dias de intensa e crescentes incertezas sobre a situação financeira da companhia.

A disparada acontece em um contexto de especulações sobre um possível pedido de recuperação judicial, que pode ser apresentado já na próxima semana à Justiça do Rio de Janeiro, segundo informações da Bloomberg.

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Apesar da recuperação pontual, o mercado segue em alerta: a Ambipar enfrenta endividamento elevado, calotes em aluguéis corporativos e desvalorização de seus títulos no exterior, fatores que têm pressionado as ações nos últimos meses.


Alta das ações da Ambipar (AMBP3) ocorre em meio à forte volatilidade

A Ambipar (AMBP3) vem sendo classificada como uma penny stock — ou seja, ação negociada abaixo de R$ 1 —, o que aumenta sua sensibilidade a movimentos de mercado. Pequenas variações percentuais no preço geram oscilações expressivas, ampliando o risco e a volatilidade.

Segundo analistas, o salto desta quinta-feira pode estar relacionado a movimentos especulativos de curto prazo, já que investidores buscam oportunidades de compra após fortes quedas recentes.

Nos últimos meses, o papel acumulou perdas superiores a 90%, refletindo o impacto da deterioração financeira e das incertezas jurídicas da empresa.


Endividamento bilionário e risco de recuperação judicial

De acordo com o BB, o endividamento líquido da Ambipar atingia cerca de R$ 6 bilhões ao fim do segundo trimestre de 2025, com uma projeção de ívida líquida/Ebitda de 3,2 vezes para 2026 — um nível considerado elevado para o setor.

Em 24 de setembro, a companhia já havia obtido proteção judicial contra credores, medida que acendeu o alerta de investidores e alimentou as apostas de que a empresa poderia ingressar formalmente com um pedido de recuperação judicial (RJ).

Embora fontes próximas à empresa tenham afirmado ao Money Times que a Ambipar busca evitar o processo de RJ, o risco permanece alto diante da pressão de credores internacionais, como o , que exigiu aditivos contratuais de até US$ 35 milhões.


Calote em fundo imobiliário e impacto nos dividendos

O agravamento da da Ambipar começou a afetar outros segmentos do mercado. A administradora e a gestora do fundo BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11) informaram, em fato relevante, que não receberam o aluguel referente a setembro de 2025, devido à inadimplência da Ambipar Response, uma das subsidiárias da companhia.

Com isso, os dividendos do fundo sofreram uma redução direta de R$ 0,06 por cota, gerando reflexos imediatos para os cotistas. O comunicado foi divulgado ao mercado na terça-feira (7).

Esse episódio reforçou as preocupações sobre a capacidade de pagamento da Ambipar e o efeito em cascata que sua crise pode gerar no mercado financeiro.


Bonds despencam e agravam pressão sobre a empresa

Em 22 de setembro, os bonds da Ambipar com vencimento em 2031 despencaram no , poucos dias antes da empresa anunciar uma nova emissão de debêntures, no valor de R$ 3 bilhões.

O movimento provocou uma reação imediata do Deutsche Bank, que acionou uma cláusula contratual exigindo garantias adicionais após a queda dos títulos — uma medida que, segundo a companhia, extrapola os termos originais do contrato.

O banco chegou a solicitar um aditivo de US$ 35 milhões, o que poderia acelerar obrigações financeiras de até R$ 10 bilhões, intensificando o risco de insolvência.

Diante do impasse, a Ambipar recorreu à proteção judicial, alegando que as exigências do banco colocavam em risco a continuidade de suas operações.


O futuro da Ambipar (AMBP3)

Mesmo com a recuperação de hoje, o cenário para Ambipar (AMBP3) segue desafiador. A empresa enfrenta dívidas elevadas, restrições de e perda de confiança de investidores, além da pressão de fundos e bancos credores.

Analistas apontam que o próximo passo da companhia será reorganizar seu passivo, seja por meio de negociações privadas com credores, seja pela via judicial.

Enquanto isso, o mercado segue dividido: alguns investidores acreditam em uma recuperação técnica de curto prazo, enquanto outros enxergam riscos de longo prazo associados à sustentabilidade do negócio.

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