Alta do dólar pode fazer diesel subir
A alta do dólar para R$ 6,26 trouxe repercussões imediatas para o mercado de combustíveis no Brasil. Um dos impactos mais relevantes foi o aumento da defasagem no preço do diesel em relação ao mercado internacional. Atualmente, a defasagem chega a 14% nas refinarias da Petrobras e 13% na média nacional, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O presidente da Abicom, Sérgio Araújo, explica que o câmbio é o principal fator que justifica essa diferença. “O preço do produto não sofreu alterações significativas, mas a valorização do dólar tornou os combustíveis importados mais caros”, destacou Araújo. Esse cenário abre espaço para que a Petrobras reajuste os preços do diesel no mercado interno.
A política de preços do estatal vem sendo questionada, já que o diesel está há 358 dias sem reajustes, enquanto apresenta como o Acelen, que opera a refinaria de Mataripe, aplicando aumentos semanais. Essa discrepância está diretamente ligada à mudança na política de preços da Petrobras no início de 2023.
Possível aumento e alinhamento com o mercado internacional
Se a Petrobras decidir ajustar os preços para se alinhar ao mercado internacional, o diesel poderá ter um aumento de até R$ 0,49 por litro. Esse valor considera os preços praticados no Golfo do México, referência para os importadores brasileiros.
Produto | Dias sem reajuste pela Petrobras | Defasagem (%) | Possível Aumento (R$) |
---|---|---|---|
Diesel | 358 | 14% | 0,49 |
Gasolina | 163 | 7% | 0,20 |
Enquanto a Petrobras segue com os preços congelados, a Acelen aumentou o preço do diesel em R$ 0,0025 na última semana e ajustou a gasolina em R$ 0,09 por litro. Esses movimentos refletem a política de paridade de importação (PPI) imposta pela refinaria, que considera o câmbio e os preços internacionais na formação de preços.
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Política de preços da Petrobras x Acelen
Desde 2023, a Petrobras não utiliza mais exclusivamente o PPI como base para sua precificação. O estatal passou a considerar o custo alternativo para os clientes e o valor marginal para a empresa, acelerando a frequência dos reajustes. Essa mudança busca amenizar o impacto das oscilações do câmbio e do mercado internacional sobre o consumidor final.
Por outro lado, a Acelen, controlada pelo fundo árabe Mubadala, mantém a política de paridade de importação. Essa abordagem garante que os preços de seus combustíveis acompanhem as variações do mercado global, resultando em reajustes mais frequentes, mas também maior alinhamento com o custo real de importação.
Essa diferença de políticas gerou uma disparidade entre os preços praticados pelas duas empresas. Para os consumidores, isso significa que o diesel da Petrobras é mais competitivo, mas os importadores enfrentam dificuldades para competir devido à alta do dólar.
O papel da alta do dólar no mercado de combustíveis
A valorização do dólar para R$ 6,26 tornou os combustíveis importados significativamente mais caros, afetando tanto os consumidores quanto os importadores. No caso do diesel, o impacto é particularmente relevante, já que o Brasil depende de importações para atender à demanda interna.
De acordo com Sérgio Araújo, a alta do dólar não só elevou os custos de importação, mas também dificultou a previsão das operações para muitos importadores. “Há 49 dias as janelas de importação para o diesel estão fechadas, e isso já começa a se refletir no mercado interno”, afirmou.
Consequências de um reajuste no diesel
Se a Petrobras optar por reajustar o preço do diesel, o impacto será sentido em toda a economia brasileira. Um aumento de até R$ 0,49 por litro poderia gerar reflexos imediatos no custo do transporte rodoviário, que é a base da logística nacional.
Os setores de alimentação, construção civil e bens de consumo são diretamente afetados, já que dependem do transporte de mercadorias em grandes volumes. Especialistas alertam que um aumento no preço do diesel pode intensificar a inflação em um momento em que o custo de vida já está elevado devido à desvalorização do real.
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Alta do dólar pode fazer diesel subir: Comparativo
Embora o foco principal seja no diesel, a gasolina também apresenta uma defasagem de preços, mas em menor escala. Enquanto o diesel tem uma defasagem de 14% e pode subir até R$ 0,49 por litro, a gasolina apresenta uma defasagem de 7% e espaço para aumento de R$ 0,20 por litro.
Produto | Defasagem (%) | Dias sem Reajuste | Possível Aumento (R$) |
---|---|---|---|
Diesel | 14% | 358 | 0,49 |
Gasolina | 7% | 163 | 0,20 |
Essas diferenças refletem o impacto das políticas de precificação e do câmbio sobre cada tipo de combustível.
A alta do dólar pode fazer o diesel subir, aumentando ainda mais a defasagem em relação aos preços internacionais. Com o câmbio em R$ 6,26, a Petrobras enfrenta pressão para reajustar os preços, o que pode aumentar o custo do combustível em até R$ 0,49 por litro.
Essa decisão terá impactos amplos na economia brasileira, influenciando desde o transporte de mercadorias até os custos para os consumidores finais. A Petrobras precisará de seus objetivos financeiros com a necessidade de equilibrar os efeitos da alta do dólar para o mercado interno
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