As açőes da Ultrapar sofreram queda significativa nesta sexta-feira, refletindo incertezas com a possível entrada da Petrobras no mercado de distribuição de gás GLP, o gás de cozinha muito consumido no Brasil.
Queda das ações Ultrapar e impacto do retorno da Petrobras no mercado de GLP
As ações da Ultrapar (UGPA3) tiveram forte queda nesta sexta-feira, chegando a recuar até 4,7% no intraday e fechando perto de 3,5% abaixo, sendo uma das maiores perdas do Ibovespa. Esse movimento foi provocado pela notícia do retorno da Petrobras à distribuição do gás liquefeito de petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha.
A retomada da Petrobras nesse mercado traz incertezas para os investidores da Ultrapar, empresa controladora da Ultragaz, que hoje domina uma fatia importante da distribuição de GLP no Brasil. A possibilidade de competição direta da estatal pode gerar pressão sobre os preços e margens das distribuidoras privadas.
Analistas do Bradesco BBI afirmam que a Petrobras precisaria de fusões e aquisições para entrar rápido no mercado de GLP, o que depende de processos internos e pode levar algum tempo. Eles destacam também que qualquer movimentação da estatal provavelmente passará por parcerias estratégicas, ainda não detalhadas.
No comunicado oficial, a Petrobras ressaltou que respeitará as cláusulas atuais de não concorrência até 2029, conforme contrato com a Vibra Energia (VBBR3), o que limita sua atuação direta no setor de distribuição de combustíveis líquidos.
O setor de GLP, por sua vez, vem passando por mudanças desde a privatização da Liquigás em 2021, com margens em expansão mesmo diante da volatilidade dos preços. Segundo o Itaú BBA, desde 2022 houve uma tentativa das distribuidoras para compensar o impacto de aumentos nas refinarias e adaptação ao cenário internacional.
Com essa movimentação, as ações da Ultrapar refletem a preocupação do mercado com a possível perda de vantagem competitiva, gerando volatilidade e queda nos seus preços. Investidores seguem atentos aos desdobramentos desse retorno da Petrobras no competitivo mercado de GLP.