Itaú tem alta de 33% no acumulado de 2025 e lidera o desempenho entre os grandes bancos brasileiros. Essa valorização significativa das ações ITUB4 levanta a dúvida entre investidores: será que ainda é hora de comprar, ou a ação já entregou tudo o que tinha?
Apesar do valuation atual, próximo de 2 vezes o preço sobre valor patrimonial (P/VP), analistas continuam otimistas com o papel, especialmente diante da transformação digital em curso no banco e dos ganhos de eficiência projetados até 2028.
Transformação digital do Itaú: foco em eficiência
Desde 2020, o Itaú vem implementando uma profunda reestruturação operacional, que vai além da digitalização. O processo inclui mudanças culturais, organizacionais e tecnológicas. O banco já reduziu 40% da sua rede de agências desde 2017, mas manteve o número de funcionários praticamente estável.
Agora, com a integração de sistemas e o avanço do aplicativo One Itaú, a expectativa é de que a instituição desative completamente seus sistemas legados e migre 100% para a nuvem até 2028. Esse movimento deverá permitir uma redução expressiva de custos, com impacto direto no índice de eficiência, que pode cair de 42% para 35%.
Potencial de crescimento do lucro
O mercado atualmente projeta um crescimento médio de 9,6% ao ano no lucro do banco até 2028. No entanto, com os ganhos operacionais esperados e cortes mais profundos de despesas, analistas projetam que o lucro líquido possa crescer a uma taxa anual de 13% a 16%, superando em até 10% as estimativas de consenso para 2028.
Se esse cenário se confirmar, o Itaú poderá registrar lucro líquido de R$ 65,8 bilhões em 2028, contra os R$ 59,8 bilhões projetados atualmente.
Itaú tem alta e o valuation ainda atrativo?
Mesmo com a valorização de 33% em 2025 e 100% nos últimos quatro anos, o Itaú tem se destacado como o banco mais eficiente e mais rentável do país. Comparado a concorrentes como Bradesco e Santander, o Itaú apresenta um retorno sobre o patrimônio (ROE) superior, graças ao seu foco em clientes de alta renda e operações mais lucrativas.
A ação negocia a um múltiplo elevado, mas que pode ser justificado se o banco continuar entregando resultados acima da média. A reprecificação pode continuar, especialmente se o banco atingir sua meta de eficiência e ampliar sua vantagem competitiva.
Riscos e desafios
O ambiente macroeconômico brasileiro segue desafiador, com juros elevados, inflação resistente e mudanças regulatórias que pressionam receitas. Além disso, a concorrência com bancos digitais e fintechs força os grandes bancos a se reinventarem constantemente.
No caso do Itaú, a adoção de tecnologias avançadas e o foco na experiência do cliente têm sido diferenciais importantes. Mas o sucesso dessa estratégia dependerá da execução precisa e da capacidade de capturar os ganhos previstos.
Comprar ou vender ações do Itaú?
Apesar da alta de 33% no ano, o Itaú ainda apresenta fundamentos sólidos e espaço para valorização adicional. Os avanços na transformação digital, a perspectiva de redução de custos operacionais e a capacidade de geração de lucro sustentado colocam o banco em posição de destaque no setor financeiro.
Por isso, especialistas do BTG reiteram a recomendação de compra para ITUB4. Com um cenário positivo para o médio e longo prazo, o papel continua sendo uma das principais apostas entre os bancos brasileiros.