As ações da Oracle (ORCL34) dispararam quase 40% nesta quarta-feira (10), em meio a um forte otimismo do mercado em relação ao crescimento de sua divisão de nuvem. A empresa tem se posicionado como peça central na infraestrutura de inteligência artificial (IA), atraindo clientes de peso em busca de capacidade de computação.
No início da sessão, os papéis já subiam 34,7%, alcançando o recorde de US$ 325,90, no maior salto diário desde 1992. Às 11h47, a valorização se ampliou para 39,18%, levando as ações a US$ 336,41.
Corrida da nuvem e efeito em rivais
O movimento reflete uma tendência mais ampla no setor: empresas como OpenAI e xAI competem por recursos de nuvem, elevando os investimentos anuais em tecnologia para centenas de bilhões de dólares. Esse apetite impulsionou também outras gigantes ligadas ao setor. Nvidia, Broadcom e AMD registraram altas entre 2,8% e 4,6% no pregão, beneficiadas pelo aumento da demanda por semicondutores para data centers.
Até mesmo concorrentes diretas, como a CoreWeave’s, surfaram na onda, com alta de 17%.
Contratos bilionários reforçam aposta
Segundo a CEO Safra Catz, a Oracle fechou quatro contratos multibilionários com três clientes no trimestre de agosto, fortalecendo a perspectiva de longo prazo. Ela destacou ainda que a receita a receber (RPO) pode ultrapassar meio trilhão de dólares em breve.
“Nos próximos meses, esperamos conquistar vários clientes adicionais de vários bilhões de dólares”, afirmou Catz.
Receita decepciona, mas otimismo prevalece
Apesar da euforia, o resultado trimestral divulgado ontem frustrou as expectativas. A Oracle registrou receita de US$ 14,93 bilhões, abaixo da projeção média de analistas, de US$ 15,04 bilhões, segundo dados da LSEG. O desempenho mais fraco foi atribuído a cortes de gastos de empresas em meio a um cenário econômico global incerto.
Ainda assim, o mercado interpretou o avanço da nuvem e da presença em IA como sinal de crescimento sustentável, sustentando a disparada das ações.