A ação da Azul (AZUL4) foi um dos destaques positivos da Bolsa brasileira nesta quarta-feira (24), com valorização superior a 10% após a divulgação do relatório financeiro mensal referente a junho. A companhia aérea, que está em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos sob o Chapter 11, reportou uma receita líquida de R$ 1,64 bilhão, sinalizando evolução nas operações em meio ao plano de reestruturação.
Por volta das 13h05, os papéis da Azul subiam 8,96%, cotados a R$ 0,73, após atingirem máxima de 10,45% mais cedo. O desempenho positivo ocorreu mesmo com o Ibovespa em queda de 0,96%, aos 134.130 pontos.
Receita e Ebitda indicam retomada gradual da operação
Segundo o relatório enviado à Justiça dos EUA — uma exigência mensal dentro do processo do Chapter 11 — a companhia registrou um Ebitda ajustado de R$ 420,4 milhões, o que representa uma margem de 25,6%. Já o resultado operacional ajustado ficou em R$ 155,6 milhões, com margem operacional de 9,5%.
Além disso, a Azul encerrou o mês de junho com R$ 1,601 bilhão em caixa e R$ 1,689 bilhão em contas a receber, números que reforçam a liquidez e a capacidade de manter as operações durante o período de transição.
Processo de reestruturação da Azul avança sem objeções nos EUA
A ação da Azul também reflete o avanço no processo de reestruturação judicial. Em julho, a Justiça dos EUA aprovou todas as 20 petições apresentadas pela companhia aérea sem objeções, sinalizando apoio ao plano da empresa.
O objetivo da Azul é concluir a parte jurídica do Chapter 11 até o final de 2025. A partir disso, a empresa planeja uma nova capitalização por meio de uma oferta de ações em 2026, reforçando sua posição no setor aéreo e assegurando o equilíbrio financeiro de longo prazo.
A reestruturação contempla US$ 1,6 bilhão em financiamento, eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e até US$ 950 milhões em novos aportes de capital, além da devolução de aeronaves, como parte da renegociação com credores e arrendadores.
Perspectivas para a ação da Azul
A valorização da ação da Azul reflete o otimismo dos investidores com os próximos passos da companhia no Chapter 11. Se conseguir seguir o plano de reestruturação conforme previsto, a Azul pode voltar a ser uma referência no setor aéreo brasileiro, com estrutura de capital mais enxuta e operação mais eficiente.