O núcleo da inflação no Japão ganha ritmo em fevereiro, enquanto o Banco Central mantém olhar atento aos preços. Os últimos dados revelam um aumento de 2,8% no índice de preços ao consumidor, excluindo alimentos frescos, impulsionado em parte pelo efeito residual dos subsídios à energia do ano passado. No entanto, um índice que desconsidera os combustíveis mostra uma desaceleração para 3,2%, indicando uma tendência mais moderada nos preços.
Embora o aumento dos salários e os custos de importação devido à queda do iene possam manter a pressão inflacionária, há incerteza sobre a trajetória futura. Analistas sugerem que a inflação pode ficar aquém da meta de 2% do Banco do Japão este ano, dado o cenário de demanda doméstica moderada.
Após a decisão histórica de abandonar o programa de estímulo monetário na semana passada, os mercados agora aguardam sinais claros sobre quando o banco central pode considerar elevar os juros novamente. O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, indicou que tal movimento dependerá de superar as expectativas de inflação ou de uma mudança significativa nos riscos para os preços.
Desde abril de 2022, o núcleo da inflação tem ultrapassado a meta do banco central, impulsionado inicialmente por aumentos de preços em matérias-primas. No entanto, a recente mudança de foco do banco central para o estímulo da demanda robusta e expectativas de salários mais altos destaca um novo capítulo na política monetária japonesa.