As vendas de novas residências unifamiliares nos Estados Unidos tiveram um aumento menor do que o previsto em janeiro, com uma queda significativa particularmente na região Sul. No entanto, a demanda por novas construções permaneceu firme devido à contínua escassez de casas pré-existentes no mercado.
De acordo com o relatório divulgado na segunda-feira pelo Census Bureau do Departamento de Comércio, as vendas de novas residências aumentaram 1,5%, atingindo uma taxa anual ajustada sazonalmente de 661.000 unidades no último mês. Este número foi revisado para baixo em relação a dezembro, que inicialmente estava em 664.000 unidades, mas foi ajustado para 651.000 unidades.
Especialistas destacam que o segmento de novas residências continua superando o mercado de casas existentes, impulsionado pela persistente escassez de estoque de residências pré-existentes. Daniel Vielhaber, economista da Nationwide, ressaltou que a demanda por novas construções permanece robusta, com compradores buscando alternativas diante da falta de opções no mercado de casas já habitadas.
Os economistas haviam previsto um aumento maior, estimando que as vendas de novas residências, representando cerca de 14,2% das vendas totais de imóveis nos EUA, alcançariam uma taxa de 680.000 unidades. No entanto, fatores como o clima severo em várias partes do país em janeiro podem ter desencorajado alguns potenciais compradores, refletindo-se nos números.
As vendas de novas residências são consideradas um indicador antecedente do mercado imobiliário, sendo contabilizadas no momento da assinatura do contrato. Embora tenham aumentado 1,8% em comparação com o ano anterior em janeiro, esses números podem variar consideravelmente de mês a mês.
Regionalmente, as vendas tiveram um aumento expressivo de 72,0% no Nordeste e 38,7% no Oeste, enquanto no Centro-Oeste cresceram 7,7%. Por outro lado, no Sul, densamente povoado, houve uma queda significativa de 15,6%, atingindo o nível mais baixo desde setembro de 2022.
Pesquisas recentes da National Homebuilders Association mostraram um aumento nas medidas de vendas previstas para os próximos seis meses, sugerindo uma perspectiva otimista. No entanto, os economistas alertam que as vendas de residências podem permanecer moderadas nos próximos meses, especialmente com o aumento das taxas hipotecárias.
Embora as taxas tenham registrado uma tendência ascendente recentemente, espera-se que apresentem uma trajetória mais baixa ao longo do ano. Isso, aliado à atual crise imobiliária e às taxas hipotecárias ainda abaixo de 4% para muitos proprietários, indica um potencial contínuo para o mercado de novas residências.
O preço médio das novas residências em janeiro foi de US$ 420.700, com uma redução de 2,6% em relação ao ano anterior. Esse declínio, no entanto, foi menos acentuado devido à diminuição dos incentivos oferecidos pelos construtores, como cortes de preços.
No final de janeiro, havia 456.000 novas residências no mercado, um aumento em relação a dezembro. Com o ritmo atual de vendas, seria necessário um período de 8,3 meses para compensar a oferta de residências no mercado, mantendo-se estável em relação a dezembro. As residências em construção representaram a maior parte do estoque, seguidas pelas residências não construídas e as já concluídas.