Yannis Stournaras, uma autoridade do Banco Central Europeu (BCE), afirmou à Reuters que é necessário garantir uma inflação estável abaixo de 3% até meados do próximo ano antes de considerar a redução dos custos dos empréstimos, que estão em níveis históricos. Stournaras, que adota uma postura “dovish” em relação à inflação, destacou a determinação do BCE em lidar com o surto de inflação mais significativo em pelo menos uma geração nos 20 países que usam o euro.
Ele ressaltou a desconexão entre as expectativas dos investidores, que antecipam cortes nas taxas de juros em abril ou até mesmo em março, e a resistência manifestada pela presidente do BCE, Christine Lagarde, na semana passada. Stournaras, presidente do banco central da Grécia, enfatizou a prudência, afirmando que é necessário garantir uma queda sustentável da inflação para menos de 3% até meados do próximo ano antes de considerar cortes nos juros.
Na semana passada, o BCE manteve as taxas de juros inalteradas e indicou uma expectativa de inflação média de 2,8% neste trimestre, 2,9% nos primeiros três meses do
próximo ano e 2,7% no segundo trimestre de 2024. Stournaras destacou que, além do comportamento dos preços, fatores como os custos unitários do trabalho, os lucros unitários e as expectativas de inflação também devem apontar para um retorno da inflação para a meta de 2%.
Ele ressaltou a importância de avaliar o estado geral da economia, indicando que vários elementos, incluindo o crescimento econômico, precisam ser considerados. Atualmente, os mercados monetários estão precificando cortes de 150 pontos-base nas taxas de juros pelo BCE até 2024, reduzindo a taxa que o banco paga sobre os depósitos para 2,5%. Stournaras enfatizou a necessidade de evitar riscos e garantir condições sustentáveis antes de considerar qualquer ajuste nas políticas monetárias.