A WEG (WEGE3) anunciou nesta terça-feira (30) um investimento de R$ 1,1 bilhão em Santa Catarina, reforçando a confiança do JP Morgan de que as receitas da companhia devem voltar a acelerar nos próximos anos. O banco acredita que a aposta da empresa na expansão fabril, somada às tendências globais de eletrificação, coloca a companhia em posição favorável para retomar crescimento consistente, mesmo após um 2025 de forte queda na Bolsa.
O plano bilionário em Santa Catarina
Segundo comunicado, R$ 900 milhões serão destinados à construção de um novo parque fabril, dedicado a equipamentos de grande porte, como compensadores síncronos e turbogeradores. Já R$ 160 milhões irão para a ampliação da planta de Jaraguá do Sul. A execução está prevista até 2028 e deve aumentar tanto a capacidade de produção quanto o portfólio de serviços da unidade Energia.
Apesar do montante expressivo, o JP Morgan pondera que o valor representa apenas 12% do total de investimentos projetados até 2028. A WEG já investe cerca de R$ 2 bilhões ao ano, o que mostra que a expansão anunciada se encaixa na estratégia recorrente de alocação de capital da companhia.
JP Morgan aposta em aceleração de receitas
Para os analistas Marcelo Motta e Jonathan Koutras, é positivo observar a WEG alocando recursos em segmentos estratégicos que devem capturar a crescente demanda por soluções energéticas. O foco em eletrificação, infraestrutura elétrica e serviços industriais reforça a visão de que a empresa deve entregar crescimento de receitas no médio e longo prazo.
No pregão desta terça-feira, as ações WEGE3 reagiram de forma tímida à notícia, com alta de 0,33%, cotadas a R$ 36,49 às 15h20.
O desafio: ações em queda histórica
Apesar da perspectiva de aceleração futura, a companhia atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história recente na Bolsa. No acumulado de 2025, os papéis WEGE3 caem mais de 30%, enquanto o Ibovespa avança acima de 20%. De acordo com o Itaú BBA, não se via um desempenho tão negativo da WEG há mais de 20 anos.
O banco destaca três fatores que ainda pressionam os resultados: fraco momentum operacional, efeitos de câmbio e aquisições, além do impacto das tarifas de importação. Para o BBA, esses elementos mantêm o curto prazo desafiador, mesmo com fundamentos de longo prazo positivos.
O que esperar para os próximos meses?
Enquanto o Itaú BBA mantém postura cautelosa, o JP Morgan aposta que a nova rodada de investimentos pode ser a peça-chave para uma retomada gradual de confiança dos investidores. O movimento indica que, apesar da queda expressiva das ações, a WEG segue posicionada em mercados estratégicos e com capacidade de financiar expansão sem comprometer seu balanço.
Com a eletrificação e a demanda global por soluções industriais em alta, o consenso é de que a WEG pode atravessar um 2025 de ajustes, mas entrar em 2026 preparada para recuperar espaço e entregar resultados mais consistentes.