O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (30) que o país provavelmente enfrentará a 15ª paralisação do governo desde 1981. Em declarações à imprensa na Casa Branca, Trump destacou que, durante esse cenário, sua administração pode adotar medidas “irreversíveis”.
“Provavelmente teremos uma paralisação”, afirmou o presidente, responsabilizando os democratas pelas dificuldades nas negociações. Segundo ele, o partido estaria “assumindo um risco” ao insistir em mudanças no projeto de lei de gastos, especialmente na tentativa de prorrogar benefícios de saúde para milhões de norte-americanos.
Impasse entre democratas e republicanos
O prazo para prorrogar o financiamento do governo expira à meia-noite (horário local), e o impasse político torna improvável um acordo no Congresso. O Senado, controlado pelos republicanos, deve votar novamente uma proposta de gastos temporários, mas a primeira tentativa já havia falhado. Enquanto os democratas insistem em vincular o texto à extensão dos benefícios de saúde que expiram no fim do ano, os republicanos defendem que a questão seja tratada em um projeto separado.
Consequências da paralisação
Diante do risco crescente, as agências federais já divulgaram planos emergenciais. Escritórios de pesquisa científica, atendimento ao público e atividades consideradas não essenciais seriam fechados, deixando milhares de servidores em casa sem remuneração.
Setores estratégicos também alertaram para impactos imediatos. Companhias aéreas afirmaram que uma paralisação pode causar atrasos em voos, enquanto o Departamento do Trabalho informou que deixará de publicar o tradicional relatório mensal de emprego, um dos indicadores mais relevantes para medir a saúde econômica dos EUA.
Pressão política e econômica
A paralisação colocaria pressão adicional sobre a economia americana, já fragilizada por incertezas fiscais e disputas partidárias. Além disso, democratas tentam explorar fissuras dentro do Partido Republicano, lembrando que Trump havia demonstrado abertura para estender uma isenção fiscal que reduz custos de saúde para cerca de 24 milhões de norte-americanos.
O cenário reforça a instabilidade política em ano de alta polarização, e especialistas avaliam que a paralisação pode afetar a confiança dos investidores e desacelerar ainda mais a atividade econômica no curto prazo.