Com a chegada do novo iPhone 17 ao mercado brasileiro, consumidores se deparam com valores que variam entre R$ 7.999 e R$ 18.499. O modelo mais acessível custa quase seis vezes o valor do salário mínimo vigente no país. Diante desse cenário, uma parcela crescente da população tem optado por uma alternativa incomum para aquisição de eletrônicos: o consórcio.
Apple domina intenções de consórcio para eletrônicos
Segundo levantamento realizado pela fintech Klubi, autorizada pelo Banco Central como administradora de consórcios, 69,9% dos planos de consórcio com finalidade em eletrônicos têm como objetivo a compra de modelos da Apple. Samsung aparece com 18,4% e Motorola com 7%. A pesquisa considerou dados de 70 mil usuários em agosto.
Os dados mostram a força do iPhone como objeto de desejo entre os brasileiros, mesmo com seus preços significativamente elevados em relação à renda média da população, que gira em torno de R$ 4.800, segundo o IBGE. Em um contexto de limites baixos nos cartões de crédito e juros altos em financiamentos, o consórcio surge como opção de planejamento financeiro.
Mudança de comportamento no consumo de tecnologia
O uso de consórcios para compra de smartphones reflete uma mudança no comportamento do consumidor brasileiro. Em vez de se endividar rapidamente, muitos têm optado por esperar, guardar e planejar. O objetivo, em vários casos, não é necessariamente adquirir o último modelo lançado, mas sim aproveitar a redução de preços em versões anteriores.
Com base na 35ª pesquisa anual do FGVcia, o Brasil possui em média 1,2 smartphones por habitante, reforçando o papel essencial do dispositivo no cotidiano. Seja para trabalho, estudos ou acesso a serviços básicos, o celular deixou de ser artigo de luxo e se consolidou como item essencial.
Aparelhos seminovos ganham espaço
Outro fator que contribui para o crescimento dos consórcios é a maior aceitação de aparelhos seminovos. Segundo a plataforma Trocafone, a Apple lidera esse mercado, especialmente pela durabilidade de seus dispositivos. Isso permite que modelos usados ainda sejam altamente desejáveis, aumentando a procura por mecanismos de aquisição parcelada e planejada.
O perfil médio dos compradores de consórcio para iPhone é de pessoas na faixa dos 30 anos, com renda superior à média nacional, especialmente residentes da região Sudeste. Mesmo com maior poder aquisitivo, o custo elevado dos novos iPhones justifica a busca por alternativas de menor impacto financeiro imediato.
Consórcio cresce como solução de acesso
A tendência de recorrer ao consórcio para compra de bens antes considerados de luxo mostra uma evolução no comportamento do consumidor e a adaptação do mercado à nova realidade econômica do país. O iPhone segue como objeto de desejo e, agora, também como protagonista de soluções financeiras mais sustentáveis para quem prefere se planejar antes de consumir.