Ometto negocia empréstimo de R$ 750 milhões com Bradesco para manter controle da Cosan (CSAN3)

Rubens Ometto negocia R$ 750 milhões com Bradesco para manter controle da Cosan (CSAN3) em aumento de capital de R$ 10 bi. Saiba os detalhes.
Cosan

O acionista controlador da Cosan (CSAN3), Rubens Ometto, negocia um empréstimo de até R$ 750 milhões com o () para participar do aumento de capital anunciado pela companhia e evitar uma diluição ainda maior da participação de sua família no conglomerado. A informação foi divulgada por pessoas próximas ao assunto ouvidas pela Bloomberg News.

Segundo as fontes, o empréstimo seria concedido à Aguassanta Participações, o family office de Ometto, e poderia ter como garantia as próprias da Cosan. Outras alternativas de financiamento também estão sendo analisadas pela Aguassanta. Tanto o banco quanto o grupo familiar preferiram não comentar oficialmente sobre as tratativas.

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O objetivo do empréstimo

A operação surge em um momento crucial para a Cosan, que anunciou no último dia 21 de setembro uma oferta pública de ações de até R$ 10 bilhões para reduzir sua alavancagem. Ometto, por meio da Aguassanta, busca garantir os recursos necessários para acompanhar a emissão e manter o controle acionário do conglomerado, mesmo diante da forte diluição que a operação deve causar.

De acordo com a S&P Global Ratings, a participação econômica da família Ometto cairá de 36,02% para 21,3% após o aumento de capital. No entanto, o grupo continuará com o controle efetivo da companhia, mantendo 50,01% dos direitos de voto e cinco das nove cadeiras no conselho de administração. As quatro restantes serão ocupadas pelos novos investidores âncora: BTG Pactual e Perfin Infra.

Pressão após apostas malsucedidas

A movimentação mostra como Ometto tem usado suas para manter influência no grupo após uma série de apostas que não deram o retorno esperado.

Entre elas, a compra de participação minoritária na Vale (VALE3), considerada um investimento malsucedido, e a expansão agressiva da Raízen, joint venture de açúcar e controlada pela Cosan, que acabou elevando significativamente o nível de endividamento da companhia.

Esses movimentos colocaram a holding sob maior pressão, exigindo agora um reforço de capital para preservar liquidez e dar mais previsibilidade ao futuro dos .

Estrutura da capitalização

O aumento de capital da Cosan será ancorado por grandes investidores institucionais. O BTG Pactual Holding e a BTG Asset Management, liderados por André Esteves, comprometeram-se a aportar R$ 4,5 bilhões, enquanto o fundo Perfin Infra entrará com R$ 2 bilhões.

Além disso, o próprio Rubens Ometto, via Aguassanta, prometeu aportar R$ 750 milhões, recurso que deve ser viabilizado com o empréstimo em negociação com o Bradesco. A companhia também estuda realizar uma oferta subsequente de até R$ 2,75 bilhões para ampliar o montante captado.

Com os recursos, a Cosan estima reduzir sua ívida em até 57%, fortalecendo a estrutura de capital e evitando a venda de ativos estratégicos em condições desfavoráveis de mercado.

Aprovação e cronograma

A operação ainda precisa ser aprovada em assembleia geral de acionistas por maioria simples. Caso não haja impedimentos, a expectativa é que a capitalização seja concluída até novembro de 2025.

O mercado vê a transação como um divisor de águas para a holding. De um lado, a operação trará uma diluição significativa para os acionistas atuais. Por outro, permitirá que a Cosan respire financeiramente, mantendo a estratégia de crescimento em setores-chave como energia, logística, agroenergia e mineração.

Perspectivas para a Cosan

Analistas destacam que a entrada de sócios de peso, como BTG e Perfin, tende a reforçar a governança corporativa da Cosan e dar mais segurança aos investidores. Por outro lado, ainda restam dúvidas sobre a sucessão na holding, considerada um dos pontos mais sensíveis no médio prazo.

A aposta de Ometto em reforçar o capital mostra sua disposição em manter o controle do grupo, mesmo que isso exija alavancar recursos pessoais. A estratégia pode ser vista como um movimento de confiança no futuro da Cosan, mas também evidencia os riscos e os desafios enfrentados após que não trouxeram o retorno esperado.

Com o aumento de capital, a Cosan espera não apenas reduzir sua alavancagem, mas também se reposicionar de forma mais competitiva, abrindo espaço para novas oportunidades de expansão e geração de valor para seus acionistas.

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