Ações da Cosan (CSAN3) caem mais de 20% após oferta bilionária, entenda

Ações da Cosan (CSAN3) caem quase 20% após anúncio de oferta de R$ 10 bilhões. Operação reduz dívida, mas preocupa investidores com diluição.
Cosan (CSAN3)

As ações da Cosan (CSAN3) iniciaram a semana em forte queda, despencando quase 20% nesta segunda-feira (22), após a companhia anunciar uma operação de aumento de capital que deve movimentar cerca de R$ 10 bilhões. O objetivo é reforçar a estrutura financeira da , reduzir e garantir mais fôlego para os próximos anos.

Às 11h04, os papéis da companhia recuavam 19,87%, cotados a R$ 6,01, refletindo a preocupação do mercado com o impacto de diluição para os acionistas atuais.

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Detalhes da operação de aumento de capital

Segundo comunicado da Cosan, o BTG Pactual Holding — que tem como sócio o bilionário André Esteves — investirá R$ 4,5 bilhões, enquanto o fundo Perfin Infra fará aporte de R$ 2 bilhões.

O acordo também prevê uma contribuição de R$ 750 milhões do family office do fundador da Cosan, Rubens Ometto, além de uma oferta subsequente de até R$ 2,75 bilhões.

Todas as ofertas serão feitas a R$ 5,00 por ação, abaixo do preço de fechamento de R$ 7,50 em 19 de setembro, o que explica parte da reação negativa do mercado.


Impactos esperados para a Cosan (CSAN3)

De acordo com a companhia, os recursos serão utilizados para reduzir a alavancagem, diminuindo a ívida em até 57%. A reconheceu que a transação provoca diluição, mas destacou que o fortalecimento da estrutura de capital pode compensar esse efeito no médio e longo prazo.

Já o Bradesco BBI destacou três pontos positivos da operação:

  1. Reforço na estrutura de capital – A relação de cobertura de líquidos da holding deve subir de 1,0x (2026) para 2,3x, reduzindo a necessidade de venda de ativos em momentos desfavoráveis.

  2. Entrada de acionistas qualificados – BTG e Perfin chegam com lock-up de quatro anos, alinhados ao processo de desalavancagem e eficiência.

  3. Questão sucessória – A transação é vista como um passo inicial para resolver a sucessão da Cosan, ponto considerado estratégico para dar mais segurança a parceiros e subsidiárias.


Riscos e questionamentos

Apesar dos pontos positivos, o BBI destacou que o mecanismo jurídico utilizado na primeira oferta não é comum no Brasil e pode levantar discussões entre acionistas minoritários.

A alocação proporcional ao free float de 64% exigiria um aporte de R$ 6,4 bilhões, considerado pouco viável no cenário atual. Além disso, sem novos parceiros estratégicos de longo prazo, a sucessão na holding continuaria sem solução definitiva.

No aspecto quantitativo, o BBI reduziu o preço-alvo de R$ 9,00 para R$ 8,00, mas manteve recomendação de compra. Segundo o banco, a diluição de 55% deve ser compensada pela redução de despesas financeiras em cerca de R$ 1,5 bilhão ao ano e pela possibilidade de maior distribuição de no futuro.

A queda expressiva das ações da Cosan (CSAN3) reflete a preocupação imediata dos com a diluição, mas analistas enxergam a operação como necessária para fortalecer a holding. Se bem executada, a oferta pode abrir espaço para maior geração de valor, inclusive com pagamento mais robusto de dividendos nos próximos anos.

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