O UBS, um dos maiores bancos do mundo, avalia transferir sua sede de Zurique, na Suíça, para os Estados Unidos. A possível mudança ocorre em meio ao aumento das exigências de capital próprio impostas pelo regulador suíço, especialmente após a aquisição do Credit Suisse em 2023. A informação foi divulgada pelo jornal New York Post.
De acordo com fontes próximas ao assunto, executivos do UBS já estariam em conversas com o governo Trump para viabilizar a operação, que poderia ocorrer por meio da compra de uma instituição americana ou por fusão. Entre os bancos que estariam na mira, estão o PNC Financial, de Pittsburgh, e o Bank of New York Mellon. O Reino Unido também aparece como alternativa para a nova sede.
Pressão dos reguladores suíços
O ponto de atrito está na exigência de que o UBS aumente em US$ 26 bilhões seu capital próprio. Esse montante serviria como colchão de proteção para absorver eventuais perdas e garantir a estabilidade do sistema financeiro. No entanto, o banco considera a medida excessiva e desproporcional às práticas internacionais.
Com um valor de mercado de US$ 126 bilhões e 162 anos de história, o UBS entende que tais exigências podem comprometer sua competitividade global. O banco ainda mantém negociações com as autoridades suíças, mas avalia que os EUA oferecem um ambiente regulatório mais flexível e, portanto, mais atrativo para sediar a instituição.
Impacto do Credit Suisse
A pressão sobre o UBS aumentou após o colapso do Credit Suisse, marcado por escândalos de lavagem de dinheiro, fraudes fiscais e operações de alto risco. Para evitar uma crise sistêmica, o governo suíço incentivou a aquisição do banco pelo UBS em 2023, criando uma instituição ainda mais robusta, mas também mais exposta a riscos.
Segundo a reportagem, o governo americano estaria disposto a flexibilizar normas bancárias justamente para atrair instituições financeiras globais. Isso reforça a possibilidade de que o UBS realmente considere deixar a Suíça, em um movimento que mudaria o eixo estratégico de uma das maiores instituições financeiras do planeta.
Se confirmada, a transferência do UBS para os Estados Unidos teria grande impacto não apenas no setor bancário europeu, mas também na geopolítica financeira global.