Itaú diz que alguns demitidos cumpriam só 20% da jornada em home office

O Itaú afirmou que parte dos demitidos em home office cumpria apenas 20% da jornada. Sindicato contesta decisão e promete ação judicial.
Itaú

O Itaú Unibanco voltou a se pronunciar sobre as recentes demissões que atingiram cerca de mil funcionários na segunda-feira (8/9). O banco afirmou que parte dos colaboradores desligados apresentava índices de produtividade extremamente baixos no regime de home office, em alguns casos cumprindo apenas 20% da jornada contratada e, ainda assim, registrando horas extras.

Segundo comunicado da instituição, o monitoramento de quatro meses identificou que os funcionários desligados mantinham níveis de atividade digital muito abaixo da média. Enquanto a maior parte da força de trabalho em home office alcançou produtividade de cerca de 75%, colaboradores demitidos ficaram entre 20% e 37%.

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“O patamar de 75% é considerado adequado, levando em conta sazonalidades e pausas. Os casos abaixo desse nível, somados ao registro de horas extras sem justificativa, configuram quebra de confiança”, afirmou o Itaú.

Exemplos de baixa produtividade citados pelo Itaú

O banco mencionou que, em uma área com 316 analistas, a média de atividade digital foi de 72%, enquanto os desligados ficaram entre 27% e 37%. Em outra equipe, de 30 profissionais, a média foi de 75%, mas o colaborador desligado apresentou 39%.

O caso mais crítico citado pela instituição revelou que alguns trabalhadores cumpriam apenas um quinto da jornada diária de forma recorrente, mesmo acrescentando horas extras aos registros internos.

Sindicato critica e promete reação

O Sindicato dos Bancários de , Osasco e Região contesta a justificativa do Itaú, classificando o movimento como uma “demissão em massa disfarçada” e sem transparência.

“O número elevado de desligamentos é injustificável diante do bilionário do banco. Além disso, a decisão atropela convenções coletivas que garantem comunicação clara, critérios objetivos e possibilidade de defesa antes de rescisões”, afirmou a presidenta da entidade, Neiva Ribeiro.

Para o sindicato, cabe ao gestor orientar os profissionais e corrigir falhas antes de tomar medidas extremas. “O Itaú desconsiderou a mesa de negociação coletiva e tratou trabalhadores como números descartáveis. Vamos acionar a Justiça para responsabilizar a instituição por esse ataque aos direitos da categoria”, completou.

Impactos e próximos passos

As demissões do Itaú levantaram questionamentos sobre a relação entre home office, controle digital e direitos trabalhistas. Enquanto a instituição reforça que os cortes foram motivados por baixa produtividade comprovada, o sindicato sustenta que a decisão foi arbitrária e desumana.

A polêmica deve se intensificar nos próximos meses, já que a entidade sindical confirmou que ingressará com ação coletiva na Justiça para contestar a legalidade da medida e exigir reparação aos trabalhadores atingidos.

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