Omie levanta R$ 855 mi e mira liderança em PMEs

A Omie levantou R$ 855 milhões em rodada liderada pela suíça Partners Group e mira faturar US$ 1 bi até 2031 com software de gestão para PMEs.
Omie

A Omie, startup brasileira especializada em software de gestão online para pequenas e médias (PMEs), acaba de protagonizar a maior rodada de investimento de 2025 no Brasil. A empresa levantou R$ 855 milhões em um aporte liderado pelo Partners Group, gestora suíça de private equity que fez sua estreia no país com essa operação. O movimento reforça a confiança no modelo de negócios da companhia e na transformação digital que ela lidera no segmento de gestão empresarial.

O tamanho da rodada e a relevância para o setor

O aporte na Omie foi majoritariamente secundário, permitindo uma saída parcial dos fundos que já investiam na empresa, como , Riverwood Capital, Astella, Tencent, Dynamo, HIX Capital, Bogari Capital e Capital. Diferente de outras operações, o destaque rodada é que nenhum dos anteriores deixou totalmente a base acionária — todos optaram por reinvestir, reforçando a confiança no futuro da companhia.

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Segundo Marcelo Lombardo e Rafael Olmos, fundadores da Omie, esse aspecto simbólico mostra que a startup conquistou credibilidade no longo prazo. “Isso mostra a confiança no nosso plano de expansão. Os investidores não estão saindo, pelo contrário, estão dobrando a aposta”, disse Lombardo.

Partners Group: estreia no Brasil com a Omie

O Partners Group, que administra mais de US$ 170 bilhões em ativos, escolheu a Omie para realizar seu primeiro investimento de growth equity no Brasil. O fundo já atua na América Latina desde 2012, mas até então seu foco estava em aquisições maiores e tradicionais. A entrada na Omie marca uma mudança de estratégia, mirando empresas de alto crescimento que atuam em setores estratégicos de .

De acordo com Tiago Andrade, head de private equity do Partners Group na região, o modelo da Omie é altamente escalável. “A Omie está posicionada de forma única para liderar a transformação digital das PMEs no Brasil. O momento é perfeito para acelerar o crescimento”, afirmou o executivo.

Números que impressionam

Atualmente, a Omie atende cerca de 180 mil clientes ativos e movimenta mensalmente R$ 35 bilhões em notas fiscais por meio de sua plataforma. Isso equivale a aproximadamente 3,5% do PIB brasileiro, o que mostra a relevância que o software já conquistou.

Além disso, a empresa possui ARR (Receita Anual Recorrente) de R$ 600 milhões e foi avaliada em US$ 700 milhões (pre-money) na rodada, valor 70% superior ao da última captação realizada em 2021.

A meta da Omie é ambiciosa: atingir US$ 1 bilhão em faturamento e 1 milhão de clientes até 2031. Para chegar lá, a empresa pretende acelerar sua presença no mercado interno, expandir serviços financeiros dentro da plataforma e fortalecer sua posição como ferramenta indispensável para PMEs que buscam digitalização.

Estratégia de crescimento e diferenciais

O diferencial da Omie está na integração entre tecnologia de gestão empresarial e serviços financeiros. A empresa começou com foco em automação contábil e gestão fiscal, mas ao longo do tempo incorporou soluções como crédito, pagamentos e integração bancária.

Mais recentemente, a Omie lançou uma versão do seu software compatível com WhatsApp, permitindo que empresas controlem processos de forma ainda mais prática. Segundo Lombardo, a próxima grande onda de crescimento virá da , que exigirá maior digitalização das empresas. “A reforma vai afetar todo o ecossistema de contadores e PMEs, acelerando a adoção de soluções digitais como a Omie”, afirmou.

Outro ponto destacado é o uso crescente de na plataforma. O objetivo é reduzir atritos no uso da tecnologia, oferecer insights automáticos e tornar a gestão mais eficiente.

Mercado de PMEs: oceano azul para a Omie

O Brasil conta com quase 20 milhões de PMEs, das quais apenas 6 milhões são consideradas o público-alvo principal da Omie hoje. Isso abre espaço para expansão acelerada. Atualmente, 80% dos clientes que chegam à empresa ainda utilizam sistemas manuais como Excel, papel ou planilhas.

Essa realidade representa uma oportunidade bilionária de digitalização. Para Lombardo, o potencial é claro: “Operamos em um mercado gigantesco e subatendido. Nosso objetivo é ser o parceiro número um das pequenas e médias empresas brasileiras.”

O futuro da Omie após o aporte

Com o caixa reforçado pelo aporte, a Omie pretende ampliar investimentos em tecnologia, expansão comercial e serviços financeiros, consolidando-se como um ecossistema completo para PMEs.

Segundo analistas de mercado, a rodada de R$ 855 milhões não apenas garante fôlego para execução do plano de crescimento, mas também posiciona a empresa como um dos casos mais promissores de unicórnio brasileiro nos próximos anos.

Para investidores, a Omie mostra que o setor de tecnologia para PMEs no Brasil continua atraindo capital mesmo em um cenário global de cautela. Para os clientes, significa a chegada de mais inovações e soluções que podem simplificar a gestão e abrir novas oportunidades de crescimento.

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