O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,11% em agosto, segundo o IBGE. O resultado, apesar de marcar deflação, veio menor do que a previsão do mercado, que esperava queda de 0,15%. Em julho, o índice havia subido 0,26%.
Com isso, a inflação acumulada em 12 meses chega a 5,13%, ainda distante da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No ano, o avanço já é de 3,15%.
Energia elétrica e alimentos aliviam o bolso
O grupo Habitação puxou a queda com recuo de 0,91%, influenciado pela energia elétrica residencial (-4,21%), impactada pelo Bônus de Itaipu nas contas de luz.
Alimentação e bebidas também apresentaram queda (-0,46%). Comer em casa ficou mais barato pelo terceiro mês seguido, com destaque para o tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%) e cebola (-8,69%).
Transportes seguem tendência de queda
Transportes caíram 0,27% em agosto, refletindo a redução nos combustíveis (-0,89%) e nas passagens aéreas (-2,44%). Gasolina (-0,94%), etanol (-0,82%) e gás veicular (-1,27%) registraram queda, enquanto apenas o óleo diesel subiu levemente (0,16%).
Educação e saúde pressionam inflação
Apesar da deflação geral, alguns grupos subiram. Educação avançou 0,75% no mês, puxada por reajustes no ensino superior (1,26%) e fundamental (0,65%).
Saúde e cuidados pessoais subiram 0,54%, com destaque para higiene pessoal (0,80%) e planos de saúde (0,50%). Vestuário (+0,72%) e despesas pessoais (+0,40%) também tiveram alta, influenciados por reajustes em jogos de azar (+3,60%).
Deflação pontual em agosto
Apesar da deflação pontual em agosto, a inflação acumulada segue bem acima da meta e continua sendo motivo de preocupação para o Banco Central e para os analistas de mercado. A queda recente reflete fatores sazonais — como energia e alimentos — mas não indica um alívio estrutural de preços no país.