Suzano (SUZB3) deve entrar em uma fase de recuperação acelerada no segundo semestre de 2025, segundo análise divulgada pelo BTG Pactual nesta sexta-feira, 22 de agosto. Após o anúncio de reajuste global nos preços da celulose, o banco manteve a recomendação de compra para os papéis da companhia e estabeleceu preço-alvo de R$ 73, o que implica um potencial de valorização de 36% sobre a cotação atual, na faixa dos R$ 53.
Suzano anuncia aumento global nos preços da celulose
A companhia informou na quinta-feira (21) que vai elevar os preços da celulose a partir de setembro. A mudança será aplicada em todos os principais mercados. Na Ásia, o reajuste será de US$ 20 por tonelada, enquanto Europa e Estados Unidos terão aumento de US$ 80 por tonelada, com o preço médio na Europa passando para US$ 1.080/t. Inicialmente, apenas o mercado asiático havia sido incluído, mas a empresa decidiu estender o aumento a outras regiões estratégicas.
Reação do BTG Pactual e fundamentos do otimismo
O BTG avaliou que essa decisão mostra um movimento claro da Suzano no sentido de restaurar sua rentabilidade, pressionada pelos preços historicamente baixos da celulose. O banco observou que o mercado não esperava um movimento tão agressivo e abrangente em tão pouco tempo, mas acredita que os sinais indicam que os preços da celulose podem ter atingido um piso técnico.
A demanda pela matéria-prima cresceu acima do esperado nos últimos meses. Um dos fatores que favoreceram o movimento da Suzano foi a paralisação de uma produtora chinesa, o que abriu espaço para a companhia brasileira expandir sua fatia no mercado global.
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Pressão de custos e cenário global da celulose
O relatório do BTG apontou ainda que os preços atuais da celulose, especialmente na China, ao redor de US$ 500 por tonelada, são considerados insustentáveis, a ponto de colocar cerca de 20% da capacidade global em situação de EBITDA negativo. Mesmo empresas líderes do setor, segundo o banco, estão com retornos abaixo do custo de capital.
Apesar de não prever uma recuperação rápida em formato de “V”, a equipe de análise do BTG vê uma janela para que produtores como a Suzano recomponham sua rentabilidade a partir de níveis extremamente baixos. A empresa também se beneficia de uma posição mais competitiva na curva de custos, além de uma exposição relativamente menor ao mercado chinês, que tem mostrado volatilidade.
Projeção de valorização e percepção de risco
Na visão do banco, o risco de queda para SUZB3 é limitado nos patamares atuais. A estrutura de custo da companhia e o reposicionamento estratégico no mercado internacional devem funcionar como vetores de valorização nos próximos trimestres.
A Suzano é atualmente a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e tem se destacado por sua resiliência operacional mesmo em períodos de pressão nos preços globais. O papel operava em alta de 2,7% na manhã desta sexta-feira, refletindo a reação positiva dos investidores à notícia do reajuste.