Ações do Banco do Brasil (BBAS3) tentam se recuperar após corte de dividendos e aumento da inadimplência no agro

Ações do Banco do Brasil (BBAS3) tentam se recuperar após queda nos lucros, aumento da inadimplência no agro e corte de dividendos.
ações do Banco do Brasil

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) operam com leve alta nesta quarta-feira (20), depois de um período de forte pressão no . Às 14h24, os papéis eram cotados a R$ 19,83, em valorização de 0,10%. Mais cedo, chegaram a atingir R$ 19,98, mas voltaram a oscilar diante do cenário de incertezas.

Na véspera, o setor bancário foi o mais atingido pela queda do Ibovespa, em meio às tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos e à repercussão da aplicação da Lei Magnitsky. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que vetou a aplicação de ordens estrangeiras no país, aumentou o desconforto de , e o Banco do Brasil foi o principal alvo de vendas.

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Queda recente das ações do Banco do Brasil

Na terça-feira (19), o Ibovespa encerrou em queda de 2,10%, aos 134.432 pontos, com forte volume financeiro de R$ 22,4 bilhões. O setor financeiro concentrou as perdas, e as ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 6,03%, liderando o movimento negativo. Santander (SANB11), , (BBDC3, BBDC4) e Itaú (ITUB3, ITUB4) também fecharam no vermelho.

O Índice Financeiro (IFNC) caiu 3,82%, registrando a maior baixa desde janeiro de 2023. Para analistas, o desempenho fraco das ações do Banco do Brasil reflete tanto a pressão macroeconômica quanto questões específicas ligadas ao balanço do 2º trimestre.


Resultados do 2T25 preocupam investidores

O último balanço do Banco do Brasil revelou uma queda significativa no lucro líquido ajustado, que recuou para R$ 3,8 bilhões, 60% menor em relação ao mesmo período de 2024. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) despencou para 8,4%, o menor desde os anos 2000.

O principal fator para esse resultado foi o aumento de provisões para devedores duvidosos (PDD), que subiram 80% em comparação anual. A carteira de do agronegócio, que representa cerca de 30% do total do banco, registrou inadimplência recorde. Atrasos acima de 90 dias chegaram a 3,5% e atrasos de 15 a 90 dias ficaram em 2,9%, segundo dados do Banco Central.

Além disso, a Resolução 4.966 do Conselho Monetário Nacional, que antecipou perdas futuras, ampliou ainda mais a pressão sobre o balanço.

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Despesas e dividendos: pontos de tensão

Outro ponto de atenção é o aumento das despesas administrativas, sendo 70% ligadas a gastos com pessoal. Esse fator é mais difícil de ajustar em uma instituição estatal do que em bancos privados, segundo analistas.

O guidance de lucro líquido ajustado também foi revisado: antes estimado entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões, agora está entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões. A falta de clareza sobre como a instituição conseguirá reverter o cenário traz insegurança ao mercado.

Além disso, houve redução no payout da política de dividendos, que caiu de 40% para 30%. Para investidores acostumados a retornos mais generosos da estatal, esse corte foi um choque adicional.


Ações do Banco do Brasil ainda têm relevância no mercado

Mesmo em meio a tantos desafios, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) continuam sendo protagonistas no mercado de capitais. Em maio de 2025, os papéis chegaram a superar Itaú e Vale () em número de negociações, ficando atrás apenas da Petrobras (PETR3; ).

A estatal mantém posição estratégica por sua forte presença no crédito agrícola, segmento essencial para a economia brasileira. Contudo, o aumento da inadimplência no setor coloca em úvida a capacidade do banco de sustentar a mesma lucratividade dos últimos anos.


O que esperar daqui para frente?

Especialistas divergem sobre as perspectivas para as ações do Banco do Brasil. Alguns analistas mais otimistas acreditam que os preços atuais já refletem boa parte dos riscos, abrindo espaço para recuperação em caso de estabilização do agro e avanço das negociações diplomáticas.

Já os mais cautelosos alertam que a combinação de queda nos lucros, corte de dividendos e inadimplência elevada pode manter os papéis pressionados no curto prazo. Para investidores, a dúvida central é se vale apostar em uma recuperação futura ou aguardar maior clareza sobre o desempenho do banco no 3T25.

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