Ações da Raízen (RAIZ4) tombam mais de 12% e encostam nos centavos; veja o que Raízen vai fazer para virar o jogo

Ações da Raízen (RAIZ4) caem 12% após prejuízo bilionário. Empresa avalia capitalização com Shell e Cosan para reverter crise.
ações da Raízen

As da (RAIZ4) registram forte queda nesta quinta-feira (14), despencando 12% após a divulgação dos do primeiro trimestre da safra 2025/26 (1T26). Por volta das 11h30, os papéis eram negociados a R$ 1,04, o menor valor desde o em 2021, aproximando-se do patamar de penny stock. No acumulado do ano, a desvalorização é de 50%.

Endividamento preocupa investidores

A principal fonte de preocupação para o mercado é o endividamento da companhia, que disparou 56% em relação ao mesmo período da safra anterior. A dívida líquida alcançou R$ 49,2 bilhões, com uma alavancagem de 4,5x em relação ao Ebitda. Esse índice mais que dobrou em um ano, pressionado por uma combinação de quebra de safra, dificuldades operacionais na moagem, prejuízos na Argentina e aumento das despesas financeiras (alta de 47,1%).

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Como resultado, a companhia reverteu um de R$ 1,1 bilhão registrado no 1T25 em um prejuízo de R$ 1,8 bilhão no 1T26.

Foco em reestruturação e capitalização

A Raízen informou que parte da alta na dívida é atribuída a uma “limpeza” no balanço, com substituição de ruins por outras de longo prazo. A empresa também admitiu que está avaliando opções de capitalização, incluindo a participação dos atuais acionistas, Shell e Cosan (CSAN3), ou mesmo de novos .

“O que a gente tem é uma conversa ativa que envolve os controladores para avaliar mecanismos de acelerar essa jornada e reduzir o risco”, afirmou Rafael Bergman, CFO da companhia.

Durante a coletiva de resultados, o CEO Nelson Gomes destacou a mudança de estratégia da empresa: saindo de projetos de crescimento agressivo para foco em eficiência operacional e redução de dívida. “Esse ainda não é o ano que vamos gerar caixa orgânico”, afirmou.

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Reação dos analistas

Segundo o UBS BB, a possibilidade de aumento de capital é um obstáculo relevante e pode gerar diluição aos acionistas. Mesmo assim, o banco manteve recomendação neutra para as ações da Raízen (RAIZ4), com preço-alvo de R$ 1,50, destacando que houve avanço na reestruturação e no controle de custos: as despesas administrativas caíram 20% no comparativo anual.

O Itaú BBA e o BTG Pactual viram com bons olhos a melhora estrutural nos números operacionais. O segmento de distribuição de combustíveis no destacou-se positivamente, com Ebitda ajustado de R$ 1 bilhão, 24% acima do esperado.

Ambos os bancos mantêm recomendação de compra: o BTG define preço-alvo em R$ 3, enquanto o Itaú BBA é ainda mais otimista, projetando R$ 4,50.

Perspectivas

Apesar do momento difícil da Raízen, analistas veem potencial de recuperação caso a Raízen consiga executar com sucesso sua estratégia de redução de alavancagem, aumento de eficiência operacional e reposicionamento estratégico do portfólio. O desafio imediato é preservar liquidez e evitar mais pressão sobre o preço da ação.

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