Resultado Banco do Brasil: lucro de R$ 3,8 bi é o pior em anos

O resultado do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2025 registrou lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, marcando mais um trimestre difícil. A queda foi influenciada por provisões elevadas, aumento da inadimplência e cenário macroeconômico desafiador, acendendo alertas para investidores da BBAS3.
banco do brasil (BBAS3)

O resultado do referente ao segundo trimestre de 2025 (2T25) evidencia um cenário de desafios. O BB caiu quase pela metade frente ao trimestre anterior, pressionado pelo aumento da inadimplência e do custo de crédito, enquanto a carteira de crédito expandida avançou para R$ 1,29 trilhão, sustentando o crescimento de receitas.


Lucro BB: retração acentuada

O lucro líquido ajustado somou R$ 3,784 bilhões no 2T25, queda de 48,7% em relação ao 1T25 e de 60,2% frente ao mesmo trimestre de 2024. No acumulado do semestre, o lucro foi de R$ 11,158 bilhões, recuo de 40,7%.

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O resultado foi influenciado por:

  • Adoção da Resolução 4.966/21, que alterou regras de reconhecimento de juros e provisões;

  • Aumento de provisões devido à piora da qualidade da carteira de ;

  • Crescimento de 103,8% no custo do crédito frente ao 2T24.

Margem Financeira Bruta e Receitas

A margem financeira bruta (MFB) totalizou R$ 25,061 bilhões no 2T25 no resultado do Banco do Brasil, alta de 4,9% sobre o trimestre anterior, mas queda de 1,9% em 12 meses.

Composição da MFB no trimestre:

  • Receitas financeiras: R$ 53,445 bilhões (+8,5% T/T);

    • Operações de crédito: R$ 45,240 bilhões (+7,6% T/T);

    • Tesouraria: R$ 8,206 bilhões (+13,9% T/T);

  • Despesas financeiras: R$ 28,384 bilhões (+11,9% T/T).

Carteira de Crédito: crescimento sólido

A carteira de crédito expandida do Banco do Brasil fechou o 2T25 em R$ 1,294 trilhão, registrando avanço de 11,2% em 12 meses e de 1,3% no trimestre. No segmento de pessoas físicas, o saldo alcançou R$ 342,6 bilhões, aumento de 8,0% em um ano, impulsionado pelo , pelo não consignado e pelo recém-lançado “Crédito ao Trabalhador”, que já soma R$ 4,5 bilhões em contratações. Para pessoas jurídicas, o saldo foi de R$ 468,0 bilhões, crescimento de 14,7% no período, com destaque para grandes empresas, que somaram R$ 148,4 bilhões, e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que atingiram R$ 121,8 bilhões. No agronegócio, a carteira chegou a R$ 404,9 bilhões, avanço de 8,0%, com desembolsos expressivos de R$ 225 bilhões no 24/25.

Inadimplência e Cobertura

O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 4,21% em junho de 2025, uma elevação de 35 pontos-base em relação a março. Na carteira de pessoas físicas, a inadimplência foi de 5,59%, enquanto a de pessoas jurídicas ficou em 4,18% e a do agronegócio, em 3,49%. A cobertura da inadimplência recuou para 179%, ante 191% no mesmo mês de 2024, refletindo a pressão sobre a qualidade dos ativos e o aumento das provisões.


Despesas Administrativas

As despesas administrativas no resultado do Banco do Brasil no 2T25 totalizaram R$ 9,676 bilhões, o que representa uma alta de 1,9% em relação ao trimestre anterior. Do total, R$ 6,444 bilhões foram destinados a despesas de pessoal e R$ 3,232 bilhões a outras despesas administrativas. No acumulado do semestre, houve alta de 5,8%, influenciada pelo reajuste salarial, pela contratação de novos funcionários e pelo reforço nos em e cibersegurança, essenciais para sustentar a agenda de inovação do banco.

O índice de capital principal encerrou o trimestre em 10,97%, reforçando a solidez patrimonial da instituição. O índice de capital nível I foi de 13,27% e o índice de Basileia, de 14,14%. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) ficou em 8,4% no trimestre e 12,6% no semestre, enquanto o retorno sobre ativos (ROA) foi de 0,6%. O valor de mercado por ação caiu para R$ 22,09, queda de 21,6% frente a março de 2025, refletindo o desempenho mais fraco do lucro e a percepção do mercado quanto ao aumento do risco de crédito.

Perspectivas

O guidance do Banco do Brasil para 2025 prevê crescimento da carteira de crédito entre 5,5% e 9,5%, margem financeira bruta entre R$ 102 bilhões e R$ 105 bilhões, custo do crédito entre R$ 53 bilhões e R$ 56 bilhões e lucro líquido ajustado projetado entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões. Essas projeções reforçam que, apesar da pressão da inadimplência e da regulação mais rígida, o banco mantém uma perspectiva de expansão sustentável, apoiada no relacionamento com clientes e na diversificação da carteira.

Tabela Resumo – Resultado do Banco do Brasil 2T25

Indicador 2T25 Variação Anual
Lucro Líquido Ajustado R$ 3,784 bilhões -60,2%
Carteira de Crédito Expandida R$ 1,294 trilhão +11,2%
Carteira PF R$ 342,6 bilhões +8,0%
Carteira PJ R$ 468,0 bilhões +14,7%
Carteira Agronegócio R$ 404,9 bilhões +8,0%
Inadimplência Total (90 dias) 4,21% +35 bps
Capital Principal 10,97% -63 bps
ROE 8,4% -1.316 bps
Valor de Mercado por Ação R$ 22,09 -21,6%

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