A operadora de viagens CVC divulgou nesta terça-feira (12) seu balanço do segundo trimestre de 2025 (2TRI), e os números não foram animadores para os investidores: a empresa registrou prejuízo de R$ 46,4 milhões, mais do que o dobro do resultado negativo de R$ 22,2 milhões do mesmo período do ano passado.
O aumento do prejuízo se deu mesmo diante de uma melhora significativa em outros indicadores operacionais. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 87 milhões, alta de 48,1% em relação ao segundo trimestre de 2024. A margem Ebitda também subiu, chegando a 7,2% contra 5,1% um ano antes.
Segundo a própria CVC, o resultado negativo foi impactado principalmente pelo aumento das despesas financeiras, somadas a efeitos não recorrentes.
Receita e volume de vendas sobem
Apesar do prejuízo, a receita líquida consolidada da CVC cresceu 3,9%, alcançando R$ 1,2 bilhão no período. Já o volume de vendas (reservas confirmadas) teve alta de 3,1%, totalizando R$ 4,1 bilhões no trimestre.
A empresa também destacou que houve avanço nos segmentos de viagens internacionais e no canal B2B (vendas para agências e empresas), compensando uma leve retração nas vendas do canal B2C (venda direta ao consumidor).
Perspectivas e desafios
A CVC tem enfrentado dificuldades para retomar os níveis de rentabilidade anteriores à pandemia. A companhia segue em processo de reestruturação, com foco na digitalização dos canais de venda, aumento da eficiência operacional e renegociação de dívidas.
Ainda assim, o aumento expressivo das despesas financeiras tem sido um entrave. Os juros elevados e o endividamento da companhia pesam sobre os resultados finais, mesmo com melhorias operacionais.
Mercado reage com cautela
Após a divulgação do balanço, as ações da CVC (CVCB3) operavam com leve queda no início do pregão desta terça-feira (13), refletindo a preocupação do mercado com a capacidade da companhia de converter o avanço operacional em lucros consistentes.
Analistas seguem divididos quanto à recuperação da empresa no curto prazo. Enquanto alguns veem potencial com a retomada do setor de turismo e melhora das operações, outros alertam para os riscos relacionados ao endividamento e à geração de caixa.
A CVC reafirmou seu compromisso com a redução do endividamento e ampliação da margem operacional, mas os resultados do segundo trimestre mostram que ainda há um caminho desafiador pela frente