A tarifa de energia elétrica no Brasil vai subir mais do que o esperado em 2025. Segundo nova projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgada nesta segunda-feira (11), o reajuste médio deve ficar em 6,3% ao longo do ano — quase o dobro da estimativa anterior.
O aumento acima da inflação é resultado direto de uma combinação de fatores que elevam os custos do setor elétrico, como a elevação do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Por que a tarifa de energia vai subir?
O principal fator apontado pela Aneel para o aumento na tarifa de energia elétrica é o novo orçamento da CDE. O fundo, que financia políticas públicas do setor elétrico, ficou R$ 8,6 milhões acima da previsão inicial.
Além disso, o cenário hidrológico desfavorável também pressiona os custos. A baixa nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas obriga o uso de fontes mais caras de geração, como as termelétricas, o que impacta diretamente na composição tarifária.
Bandeira tarifária segue vermelha
Em agosto, a bandeira tarifária vigente é a vermelha patamar 2, a mais cara do sistema. Isso significa um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos pelos consumidores.
Essa sinalização reflete a dificuldade em manter os custos de geração baixos no atual momento do setor elétrico, pressionado pela escassez hídrica e pela necessidade de acionar usinas mais caras.
Quando a tarifa de energia pode voltar a cair?
Apesar do cenário de alta, há uma expectativa de alívio para o final de 2025. Segundo projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a chegada do período úmido em dezembro pode levar à recuperação dos reservatórios das hidrelétricas.
Com isso, a participação das usinas hidrelétricas na matriz energética aumentaria, reduzindo a necessidade de fontes mais caras. Nessa hipótese, a bandeira verde, que não adiciona custos extras à conta, pode voltar a vigorar no fim do ano.
Impacto da tarifa de energia para o consumidor
O reajuste médio de 6,3% na tarifa de energia afeta diretamente o consumidor final, principalmente em um contexto de pressão inflacionária e renda estagnada. O aumento no custo da eletricidade tem reflexos também em outros setores da economia, como comércio e indústria, que repassam os custos ao consumidor.
Para famílias de baixa renda, o impacto pode ser ainda maior. O aumento pode comprometer o orçamento doméstico e dificultar o pagamento das contas mensais.