Boa Safra carteira de pedidos R$ 1,6 bi está em alta com recorde histórico no segundo trimestre, resultado do foco em revendas pequenas, expansão e investimentos comerciais intensos. A empresa acelera seu crescimento apesar dos desafios de margem e inadimplência.
Expansão da Boa Safra e crescimento da carteira de pedidos
A Boa Safra tem investido muito em sua expansão comercial no Brasil. No segundo trimestre, a empresa registrou uma carteira de pedidos de soja de R$ 1,6 bilhão, um crescimento de 43% em relação ao ano anterior. Isso é um marco importante, pois mostra a força da empresa no mercado de sementes.
A estratégia da Boa Safra tem sido focar em lojas pequenas e médias, visitando até 1.000 novos pontos de venda por mês. Essa pulverização da carteira de clientes ajuda a melhorar a organização e a qualidade do crédito, refletindo numa carteira de pedidos mais robusta e diversificada.
No Sul do Brasil, a Boa Safra tem ampliado sua participação em revendas, especialmente no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O market share da empresa nessas regiões ainda é pequeno, variando entre 0,3% e 0,9%, mas a expectativa é dobrar esse percentual, graças às ações comerciais intensas.
Essa expansão exige esforço para mapear todas as revendas do país, garantindo atendimento e suporte adequados. O CEO Marino Colpo destaca que a empresa ainda tem capacidade produtiva para crescer e que tradicionalmente fatura mais do que a carteira de pedidos, sinalizando potencial para resultados ainda maiores.
Desafios e impacto financeiro do crescimento acelerado
A rápida expansão da Boa Safra trouxe muitos desafios financeiros. A empresa atingiu o limite de sua capacidade instalada de 280 mil big bags no segundo trimestre, um crescimento expressivo, já que no período anterior produziu 205 mil big bags.
Esse aumento em produção foi tão intenso que a Boa Safra acabou crescendo o equivalente a dois anos em um apenas. Isso exige muito esforço para manter a qualidade e atender a demanda crescente.
O crescimento impactou as margens da empresa: a receita subiu 43% para R$ 125,1 milhões, mas o Ebitda cresceu só 10%, fazendo a margem cair em 4 pontos percentuais. Isso aconteceu por conta do aumento nos custos, como combustível, colaboradores e visitas comerciais.
Além disso, o consumo de caixa foi maior, passando de R$ 63,9 milhões para R$ 141,2 milhões no segundo trimestre. A provisão para devedores duvidosos também aumentou de R$ 784 mil para R$ 14,5 milhões, devido ao volume maior de vendas e crédito concedido.
Mesmo com esse aumento na provisão, a inadimplência da Boa Safra continua a menor do setor, resultado da política rigorosa de controle de crédito. O CFO Felipe Marques espera que a inadimplência percentual diminua até o final do ano, mantendo o desempenho financeiro saudável da empresa.