As ações do GPA (PCAR3) repercutem negativamente após balanço segundo trimestre de 2025, divulgado recentemente, destacando prejuízo consolidado maior que o esperado e alavancagem financeira elevada que preocupa o mercado.
Prejuízo maior que esperado e reação negativa das ações PCAR3
O segundo trimestre de 2025 trouxe resultados que deixaram os investidores preocupados com as ações do GPA, conhecidas pelo código PCAR3. A empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 216 milhões, maior que o esperado pelo mercado, que previa um resultado negativo de R$ 145 milhões. Essa diferença gerou uma reação negativa imediata, fazendo com que as ações caíssem 7,7% em um único dia, atingindo o valor de R$ 3,12, a maior queda dentro do índice Ibovespa.
Apesar de a companhia ter registrado avanço no seu desempenho operacional, com um EBITDA ajustado de R$ 420 milhões — alta de 6,1% comparado ao mesmo período do ano anterior — e uma leve expansão da margem operacional para 9%, a pressão financeira pelo alto nível de endividamento ainda pesa muito. A alavancagem, que mostra a relação entre a dívida líquida e o EBITDA, subiu para 3 vezes, demonstrando maior risco financeiro para o GPA.
Analistas do BTG Pactual consideram o GPA como a opção mais arriscada entre os varejistas alimentares atualmente, destacando que o processo de recuperação das vendas e aumento da rentabilidade ainda está em andamento. A desaceleração no ritmo de abertura de lojas, menor do que o previsto, também indicou cautela para o futuro próximo, impactando a confiança do mercado.
O presidente-executivo, Marcelo Pimentel, afirmou que a companhia está focada na desalavancagem e em vender ativos não essenciais para aliviar a dívida. Ele mencionou que essas negociações podem levantar centenas de milhões de reais, que serão usados exclusivamente para reduzir o endividamento.
Enquanto isso, as vendas consolidadas cresceram 4% no trimestre, impulsionadas pelo efeito calendário da Páscoa e pela resiliência da marca Pão de Açúcar, responsável por metade do faturamento. No entanto, a desaceleração das vendas nas lojas de proximidade e o volume menor de compras ainda preocupam analistas, que recomendam cautela e manutenção da ação no portfólio.