Os preços da carne suína em julho mantiveram-se firmes, mas perderam competitividade frente às carnes bovina e de frango, influenciados por fatores como a gripe aviária e a dinâmica dos mercados domésticos.
Alta e dinâmica dos preços da carne suína em julho de 2025
Em julho de 2025, os preços da carne suína mantiveram uma alta significativa, com o preço da carcaça atingindo R$ 13,20 o quilo, um aumento de 10,8% em relação a junho. Essa valorização refletiu uma retomada nas exportações para mercados importantes, como África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Vietnã. O suíno vivo também apresentou alta de 3,93% em junho, chegando a R$ 8,73 o quilo em São Paulo.
Apesar da alta, a carne suína perdeu competitividade frente às carnes bovina e de frango, que tiveram queda nos preços no período. A desaceleração da demanda foi influenciada pelo menor poder de compra da população no final do mês, reduzindo o ritmo das negociações.
O mercado pecuário apresentou maior liquidez nos últimos dias, com oferta diminuída em algumas regiões devido à resistência dos pecuaristas em vender, o que ajudou a estabilizar os preços e até provocar pequenos reajustes positivos nos cortes com osso em São Paulo.
Os meses de agosto e setembro são críticos para as pastagens no Brasil, levando muitos produtores a complementar a alimentação do rebanho, o que aumenta custos diante de preços menores para venda. Este cenário exige atenção dos produtores suínos, que enfrentam desafios para manter a rentabilidade.
Impacto da gripe aviária e mercado de carnes no Brasil
A detecção da gripe aviária em maio de 2025 no Rio Grande do Sul trouxe impacto direto ao mercado da carne de frango no Brasil. As exportações sofreram restrições, o que gerou queda nos preços da proteína avícola por três meses consecutivos até julho. Essa baixa na cotação fez a carne suína perder competitividade, mesmo com sua valorização.
O Brasil é o maior exportador mundial de frango e, ao declarar-se livre da doença em 18 de junho, esperava-se a flexibilização dos bloqueios comerciais. No entanto, o volume de carne de frango disponível para o mercado interno continuou alto, pressionando os valores para baixo.
Os pesquisadores do Cepea apontam que a restrição das exportações devido à gripe aviária impactou as cotações, mas não afetou a segurança alimentar. O Ministério da Agricultura reforça que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, o que ajuda a manter a confiança do consumidor no mercado.
Em resumo, o cenário causado pela gripe aviária levou a mudanças significativas nas dinâmicas de preços das carnes no Brasil, com a carne suína enfrentando desafios para manter sua competitividade frente ao frango e à carne bovina.