Tarifaço amenizado, Moraes sancionado e Zambelli presa

Moraes sancionado pelos EUA, Bolsonaro influencia tarifaço de Trump contra o Brasil e Carla Zambelli é presa na Itália
Moraes sancionado

O dos aplicou sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na , criada para punir autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos. Moraes passa a ter bloqueados bens que eventualmente possua nos EUA e está impedido de realizar transações com empresas ou cidadãos norte-americanos por meio de cartões de de bandeira americana.

A decisão foi divulgada na quarta-feira (30), pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Tesouro norte-americano, no mesmo dia em que foi anunciado o tarifaço contra o . O episódio provocou forte reação do STF e de setores do governo brasileiro, que enxergam nas medidas uma retaliação coordenada pelo grupo bolsonarista nos EUA.

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A medida foi amplamente comemorada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem articulado pressões políticas nos EUA. Moraes, relator dos processos sobre tentativa de golpe de Estado, tornou-se o principal alvo do bolsonarismo.


Tarifaço de Trump afeta 35% das exportações brasileiras

Também na quarta-feira, o presidente Donald confirmou a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. No entanto, a medida atingiu cerca de 35% das , número inferior ao inicialmente previsto. Setores como o de aviação, suco de laranja e café foram poupados. Já segmentos como o de carnes foram impactados diretamente.

Apesar de não ser tão abrangente quanto anunciado, o tarifaço gerou preocupação. Segundo pesquisa do Datafolha, 89% dos brasileiros acreditam que a taxação vai prejudicar a economia nacional, sendo que 66% avaliam que o impacto será “muito negativo”.

A ação do governo Trump tem forte influência de políticos ligados a Jair Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro e o ativista Paulo Figueiredo. No entanto, o movimento bolsonarista nos EUA pode custar caro. A pressão por sanções ao Brasil gerou atrito com parte da base empresarial conservadora, o que pode impulsionar um processo de cassação de Eduardo no Congresso.


Prisão de Carla Zambelli

Outro evento que marcou a semana foi a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na Itália, onde estava foragida desde sua condenação a dez anos de prisão por invasão de sistemas do CNJ. A captura aconteceu na terça-feira (29), e nesta sexta (1º) ela participa de uma audiência de custódia em Roma, que decidirá se ela responderá em liberdade ao pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.

Zambelli era uma das figuras mais próximas de Bolsonaro no Congresso, mas se desgastou com o ex-presidente após apontar uma arma para um jornalista durante o segundo turno das de 2022 — um episódio que, segundo o próprio Bolsonaro, contribuiu para sua derrota.


Desdobramentos políticos e eleitorais

Os três acontecimentos — Moraes sancionado, a taxação parcial dos EUA e a prisão de Zambelli — evidenciam o embate político entre o STF, o governo federal e o bolsonarismo. A resposta do governo brasileiro tem sido construir um discurso nacionalista para as eleições de 2026, apresentando as sanções como ataque à soberania nacional e ao Judiciário.

Já o STF promete manter sua atuação firme contra os envolvidos nos atos antidemocráticos. Moraes declarou que seguirá seu trabalho no plenário e na Primeira Turma do tribunal, mesmo diante das pressões internacionais.

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