O resultado do 2T25 da Multiplan (MULT3) mostrou a resiliência e a força do portfólio da companhia, mesmo diante de um ambiente macroeconômico desafiador. A receita líquida totalizou R$ 683 milhões, uma alta de 28% em relação ao mesmo período de 2024 e 22% acima das estimativas dos analistas.
O destaque foi o EBITDA ajustado de R$ 449 milhões, um crescimento de 17% ano a ano. O desempenho foi impulsionado principalmente pelas vendas acima do esperado no empreendimento Golden Lake, que compensaram as despesas com juros mais altas no período.
Desempenho operacional robusto dos shoppings
Os indicadores operacionais reforçaram o sucesso da gestão da Multiplan. As vendas nas mesmas lojas cresceram 10,9% a/a, enquanto os aluguéis nas mesmas lojas avançaram 9,3% no mesmo período. A taxa de vacância caiu para 3,9%, e o custo de ocupação dos lojistas se manteve controlado, em 12,6% das vendas, reforçando a atratividade dos ativos da companhia.
Mesmo com o cenário de juros elevados, a inadimplência foi de apenas 0,2%, mostrando a qualidade da base de clientes e a gestão eficiente dos contratos.
Valuation atrativo e recomendação de compra
O resultado do 2T25 da Multiplan confirmou a recomendação de compra feita pelo BTG Pactual, com as ações sendo negociadas a um múltiplo de 12x P/FFO projetado para 2025, o que representa uma TIR real implícita de 9,5%. Segundo os analistas, a empresa colhe os frutos de um portfólio dominante e de investimentos estratégicos bem executados.
Apesar das pressões sobre o FFO (R$ 0,50/ação, 6% abaixo da projeção), o lucro líquido foi de R$ 264 milhões, superando em 14% as estimativas, com um LPA de R$ 0,54.
Perspectivas para os próximos trimestres
A expectativa é que a Multiplan mantenha o crescimento dos aluguéis e reduza o impacto das despesas financeiras, com menor necessidade de capex nos próximos anos. O forte desempenho do Golden Lake e a ocupação consistente de seus ativos reforçam a confiança dos investidores na trajetória da companhia.
A Multiplan segue como uma das principais apostas do setor de shoppings, combinando resiliência operacional, retorno atrativo e valuation descontado.