O falecimento de José Maria Marín CBF marca o fim de uma era na história do futebol brasileiro. Aos 93 anos, o ex-presidente da CBF deixou um legado complexo, com passagens por cargos políticos e momentos controversos na administração do esporte nacional.
Trajetória e legado de José Maria Marín na CBF e no futebol brasileiro
José Maria Marín teve uma trajetória longa e marcada por sua influência no futebol brasileiro. Advogado e político, ele também atuou como vereador e deputado estadual em São Paulo, além de ter sido vice-governador do estado nos anos 1980. Marín presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988, período em que consolidou sua presença no esporte nacional.
Na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), assumiu a presidência em 2012, após a renúncia de Ricardo Teixeira. Durante seu mandato, que durou até 2015, esteve à frente da entidade durante a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil – um evento de enorme importância para o país e para o futebol mundial.
Além disso, José Maria Marín teve papel relevante pela inauguração do prédio-sede da CBF no Rio de Janeiro, conhecido inicialmente como um símbolo de modernidade para o futebol brasileiro. Seu nome apareceu na fachada, o que gerou controvérsias posteriores.
A influência de Marín no futebol ultrapassa o campo administrativo. Ele chefiou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986 no México e participou de decisões importantes que moldaram o cenário do esporte no Brasil. Entretanto, seu legado é visto de forma controversa por muitos, dada a mistura de contribuições e polêmicas em sua carreira.
Controvérsias e episódios marcantes da vida pública de José Maria Marín
José Maria Marín também ficou conhecido por episódios polêmicos durante sua carreira no futebol e na política. Um dos fatos mais lembrados aconteceu em 2012, quando ele foi flagrado guardando uma das medalhas da Copa São Paulo de Juniores no bolso. Na época, isso gerou bastante repercussão e discussão entre torcedores e jornalistas.
Além disso, Marín enfrentou acusações sérias relacionadas a corrupção. Em 2015, ele foi preso na Suíça em uma operação do FBI, que investigava casos de corrupção na Fifa. Posteriormente, foi condenado nos Estados Unidos e cumpriu pena, voltando ao Brasil em 2020 após ser libertado durante a pandemia.
Outra controvérsia envolveu a construção da sede da CBF, inaugurada durante seu mandato. Ele chegou a colocar seu próprio nome na fachada do prédio, o que gerou críticas dentro do meio futebolístico. Após seu afastamento, o nome foi retirado da fachada e da parte interna, refletindo a rejeição à sua imagem por parte da nova gestão.
Esses episódios mostram um lado complexo da vida pública de Marin, misturando realizações e controvérsias que marcaram o futebol brasileiro e internacional. Ele permanece uma figura que divide opiniões, evidenciando os desafios da administração e da ética no esporte.