A CVM aprova leilão que promete movimentar o mercado imobiliário de São Paulo. A Comissão de Valores Mobiliários deu sinal verde para a realização de um megaleilão de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) que pode arrecadar pelo menos R$ 3,8 bilhões. A disputa, considerada a maior da história na região, será determinante para o futuro da construção na Faria Lima, uma das áreas mais valorizadas da capital paulista.
Leilão histórico na Faria Lima deve ter competição acirrada
A CVM aprova leilão com a emissão de até 218,5 mil CEPACs, com valor mínimo unitário de R$ 17 mil. Esse lote corresponde a cerca de 10% de todos os metros quadrados já vendidos via CEPACs desde 1994. A expectativa é de forte disputa entre incorporadoras, dada a escassez de áreas disponíveis na região.
A Prefeitura de São Paulo decidiu não fatiar a oferta e disponibilizou todo o estoque remanescente, conforme autorizado pela lei municipal aprovada em 2024, o que torna este certame ainda mais estratégico. Caso não haja nova legislação, este será o último leilão de CEPACs para a Operação Urbana Faria Lima.
O que são CEPACs e como funcionam
Os CEPACs são instrumentos criados para permitir que o setor privado ultrapasse os limites construtivos definidos pelo Plano Diretor em áreas específicas. Ao adquirir os certificados, as empresas ganham o direito de construir mais andares ou ampliar áreas em seus projetos imobiliários.
Além disso, os recursos arrecadados com a venda desses certificados são destinados exclusivamente para obras de infraestrutura urbana, como melhorias em mobilidade, habitação, saneamento básico e urbanismo na região da Operação Urbana Consorciada (OUC).
📊 Avalie os prós e contras da saída fiscal. Baixe grátis
A CVM aprova leilão e a prefeitura mira investimentos sociais
Ao comunicar que a CVM aprova leilão, a Prefeitura informou que os recursos obtidos serão aplicados em projetos sociais e de infraestrutura, especialmente nas comunidades de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro. O foco será habitação popular, obras viárias, drenagem urbana, saneamento e áreas verdes.
Vale destacar que a região da Faria Lima, delimitada pela Operação Urbana, já arrecadou cerca de R$ 3,1 bilhões em leilões anteriores — o último deles, realizado em 2021, arrecadou apenas R$ 180 milhões, ainda sob os efeitos da pandemia.
Histórico e expansão da Operação Urbana Faria Lima
A Operação Urbana Faria Lima contempla importantes eixos da capital, como as avenidas Faria Lima, Pedroso de Moraes e Juscelino Kubitschek. Com a nova legislação, aprovada em julho de 2024, a área de abrangência foi ampliada, autorizando até 250 mil metros quadrados adicionais de área construída, o que justificou a nova oferta de CEPACs agora autorizada.
Desde o início da operação, mais de 2,2 milhões de metros quadrados foram negociados, sendo que os recursos já viabilizaram projetos como o Conjunto Habitacional Real Parque, a revitalização do Largo da Batata e obras viárias importantes como os túneis Max Feffer e Fernando Vieira de Mello.
A disputa por espaço premium na Faria Lima
A aprovação do certame pela CVM tem gerado grandes expectativas entre investidores e construtoras. A escassez de terrenos e a alta valorização imobiliária na Faria Lima tornam cada metro quadrado disputado. Para muitos, essa será a última grande chance de adquirir potencial construtivo adicional na área.
Especialistas avaliam que os preços dos CEPACs podem superar facilmente o valor mínimo estabelecido, dada a atratividade do mercado corporativo na região.
CVM aprova leilão histórico e acirra disputa na Faria Lima
Com a confirmação de que a CVM aprova leilão, o mercado imobiliário paulista entra em um novo ciclo de valorização e transformação urbana. O certame representa não apenas uma oportunidade para o setor privado, mas também uma injeção bilionária de recursos para melhorias sociais em áreas vulneráveis da capital.
A expectativa é que o leilão atraia os principais players do setor e redefina o skyline da região nos próximos anos.