Dividendos da Cemig estão no centro das atenções do mercado, mas especialistas do Itaú BBA alertam para uma possível queda nos rendimentos nos próximos anos, devido a fatores estratégicos e financeiros da empresa.
Projeção de dividendos e investimentos da Cemig até 2030
A Cemig planeja investir R$ 39,2 bilhões entre 2025 e 2029. Esse valor será focado principalmente em distribuição, geração e transmissão de energia. Para 2024, a empresa espera investir cerca de R$ 6,4 bilhões.
O Itaú BBA projeta que os investimentos crescerão até 2027. Enquanto isso, a alavancagem da Cemig, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, pode atingir 2,8 vezes nesse ano. Isso pode pressionar os dividendos pagos aos investidores.
Quanto aos dividendos, o banco estima que o retorno ficará entre 6% e 7% entre 2025 e 2027. Atualmente, o dividend yield da Cemig está perto dos 18%, um valor histórico impulsionado por lucros extraordinários em 2024.
A partir de 2028, espera-se uma melhora nos dividendos, chegando a 8,5%. Em 2030, a projeção aponta para um dividend yield de 11%. Esse crescimento deve ocorrer devido ao próximo reajuste tarifário de distribuição previsto para 2028.
O payout atual da empresa, que indica a porcentagem do lucro distribuído aos acionistas, é de 55%. Essa taxa é mantida nas projeções, mas pode variar em casos de eventos extraordinários que influenciem os resultados da Cemig.
Além disso, o Itaú BBA destaca possíveis gatilhos para a Cemig, como a privatização da Gasmig e a renegociação da dívida do estado de Minas Gerais. Essas ações podem impactar positivamente o desempenho financeiro e, consequentemente, os dividendos futuros.