A tensão no Oriente Médio voltou a escalar com o Irã ameaçando fechar o Estreito de Ormuz, um dos principais canais de exportação de petróleo do mundo. O alerta partiu do Brigadeiro-General Esmail Kowsari, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), que afirmou que a opção está sendo considerada diante do aumento do conflito com Israel.
Segundo Kowsari, o governo iraniano está avaliando “resolutamente” a melhor decisão a ser tomada, deixando o mundo em alerta sobre o potencial impacto logístico e econômico caso o bloqueio ocorra. O Estreito de Ormuz é a principal passagem marítima entre os grandes produtores do Golfo Pérsico e os mercados internacionais, com cerca de 20% do petróleo global passando por essa rota diariamente.
Reação imediata do mercado
Na sexta-feira (13), os mercados reagiram rapidamente. O preço do barril do WTI (West Texas Intermediate) subiu 7,62%, encerrando o dia em US$ 72,98. Durante o pregão, a cotação chegou a saltar mais de 14%, atingindo US$ 77,62 — o maior nível desde janeiro.
Paralelamente, traders negociaram mais de 33 mil contratos de opções de compra de petróleo a US$ 80 para agosto de 2025, sinalizando expectativas de alta sustentada nos preços.
Implicações políticas e econômicas
O Secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, informou que a equipe da Casa Branca está monitorando a situação em cooperação com o Conselho de Segurança Nacional. Segundo Wright, a política energética de Donald Trump, voltada para o aumento da produção doméstica, tem fortalecido a segurança energética do país.
Embora os campos de petróleo iranianos ainda não tenham sido atingidos diretamente, analistas alertam para os efeitos indiretos de um possível fechamento. Além disso, a pressão sobre os preços pode criar desafios políticos para Trump, especialmente às vésperas do verão norte-americano, quando o consumo de gasolina aumenta.
A consultoria ClearView Energy Partners estima que os preços da gasolina podem subir 20 centavos por galão nos EUA, forçando o governo a avaliar a liberação de reservas estratégicas ou negociações com a OPEP+ para ampliar a oferta global.