O governo brasileiro está atuando com intensidade para conter os impactos das recentes restrições impostas por diversos países devido à detecção de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Com o objetivo de mitigar os danos ao setor produtivo e retomar a normalidade nas exportações, o Brasil iniciou negociações com a China, a União Europeia e o México para restringir os bloqueios apenas às áreas afetadas.
Negociações diplomáticas e estratégias do Mapa
De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, há avanços importantes nas conversas com os principais parceiros comerciais. “A China, a União Europeia e o México estão em negociações com o Brasil para que os bloqueios sejam restritos ao Rio Grande do Sul. Existe uma grande probabilidade de que algum desses países reverta a decisão antes mesmo do fim do prazo de 28 dias do vazio sanitário”, destacou o ministro durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 4 de junho.
Conforme informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), até o momento, 21 países e a União Europeia suspenderam totalmente as importações de produtos avícolas do Brasil. Outros 14 países restringiram as compras apenas ao estado do Rio Grande do Sul, e quatro limitaram as restrições ao município de Montenegro, onde o caso foi identificado.
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Gripe aviária e o protocolo de contenção
O surto da gripe aviária identificado em Montenegro levou à adoção imediata do protocolo sanitário recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), incluindo o chamado “vazio sanitário”, que impõe um período de 28 dias sem novas ocorrências antes da retomada das negociações.
Fávaro enfatizou que o surto está sob controle e não se espalhou para além da área original: “Esse vírus é altamente letal. Se estivesse fora de controle, teríamos registrado mortes em massa de aves em poucos dias, o que não ocorreu. Isso é um indicativo claro de que conseguimos conter com eficiência”.
Investigação de novos casos e vigilância intensificada
Mesmo com os sinais positivos, o governo mantém alerta máximo. Dois novos casos estão sob investigação: um em uma propriedade na cidade de Teutônia, e outro em um frigorífico em Westfália — ambos a menos de 50 km de Montenegro. Se confirmados, os casos podem levar à retomada do processo de contenção desde o início.
Até o momento, o Brasil contabiliza 170 focos da gripe aviária, dos quais 167 em aves silvestres, três em animais de subsistência e um em granja comercial.
OMS reconhece controle regional do surto
Recentemente, a OMSA atualizou seu posicionamento e passou a considerar o surto como um evento regionalizado, restrito à cidade de Montenegro, e não mais um problema nacional. Essa mudança pode facilitar a reabertura de mercados e demonstra confiança na atuação sanitária do Brasil.
Caso no Zoológico de Brasília e medidas preventivas
No Distrito Federal, o governo confirmou um caso de gripe aviária em um irerê, ave silvestre encontrada morta no Zoológico de Brasília. O laboratório federal de Campinas (SP) confirmou a infecção pelo vírus H5N1. Como medida de precaução, o zoológico foi fechado ao público até o dia 12 de junho.
Segundo a Secretaria de Agricultura do DF, não há risco para o consumo de carne de frango e ovos devidamente inspecionados. A pasta reforçou recomendações de higiene e vigilância à população para evitar a propagação do vírus.
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Medidas sanitárias reforçadas e esperança na reabertura dos mercados
O governo brasileiro segue confiante na contenção do surto de gripe aviária e espera que, com o cumprimento do protocolo sanitário e as negociações diplomáticas, seja possível retomar as exportações de carne de frango aos mercados internacionais ainda em junho.
A atuação ágil do Mapa, aliada à transparência e ao diálogo com entidades internacionais, tem sido essencial para demonstrar o compromisso do Brasil com a segurança sanitária e a qualidade dos seus produtos agropecuários.
