O dólar hoje registra queda ante o real, refletindo um ambiente de cautela nos mercados internacionais, mas também de certo alívio com o possível início de conversas comerciais entre Estados Unidos e China. Às 12h39 desta quarta-feira (16), a moeda americana caía 0,54%, sendo negociada a R$ 5,858 na compra e R$ 5,859 na venda no mercado à vista.
Na B3, o contrato futuro do dólar para primeiro vencimento também operava em leve queda de 0,05%, a 5.887 pontos. O recuo do dólar hoje é interpretado como um reflexo direto da percepção de menor risco global, mesmo diante de um cenário ainda instável em relação à política comercial dos EUA.
Cotação do dólar hoje
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Dólar comercial
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Compra: R$ 5,858
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Venda: R$ 5,859
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Dólar turismo
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Compra: R$ 5,919
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Venda: R$ 6,099
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Na terça-feira (15), o dólar hoje encerrou o dia em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,8909. A variação diária tem sido influenciada por declarações e decisões ligadas às tarifas comerciais impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O que explica o movimento do dólar hoje?
A queda do dólar hoje ocorre em meio a sinais de que a China estaria disposta a iniciar negociações com os Estados Unidos, desde que haja demonstração de respeito mútuo. A notícia foi divulgada pela Bloomberg e trouxe otimismo aos mercados, que já vinham reagindo com preocupação aos recentes desdobramentos da guerra comercial entre as duas potências.
Analistas apontam que a instabilidade na política tarifária dos EUA tem minado a confiança global na condução econômica norte-americana. A volatilidade recente tem feito os investidores se desfazerem de posições em dólar e buscarem moedas de refúgio, como o iene japonês e o franco suíço.
Trump e tarifas: pano de fundo da queda do dólar hoje
O presidente Donald Trump anunciou, no início de abril, a aplicação de tarifas de até 145% sobre produtos chineses, levando Pequim a retaliar com tarifas de 125% sobre produtos americanos. Essa escalada causou apreensão nos mercados e impulsionou o dólar hoje nos últimos dias, antes da atual correção.
Nos últimos dias, no entanto, Trump sinalizou recuos parciais. Ele anunciou isenções para produtos eletrônicos e admitiu a possibilidade de rever as tarifas sobre automóveis e autopeças, o que também influenciou o comportamento do dólar hoje, criando um ambiente de expectativa.
Dados econômicos dos EUA reforçam cenário
Além do noticiário político, os dados divulgados nesta manhã pelo Departamento de Comércio dos EUA também impactam o câmbio. As vendas no varejo subiram 1,4% em março, acima da previsão de 1,3% dos analistas. A leitura anterior havia sido de 0,2%.
Apesar do dado positivo, o mercado interpretou que o Fed poderá manter sua postura cautelosa diante dos riscos tarifários. A fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, prevista para as 14h30 no Economic Club of Chicago, deve influenciar o comportamento do dólar hoje no fim da sessão.
Atuação do Banco Central no mercado de câmbio
O Banco Central brasileiro anunciou para esta sessão um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, com objetivo de rolagem dos vencimentos de 2 de maio. A ação da autoridade monetária ajuda a conter volatilidades pontuais e oferece mais previsibilidade ao mercado.
A intervenção, no entanto, tem efeito limitado diante dos fatores externos que dominam a movimentação do dólar hoje. A aversão ao risco global ainda dita o ritmo do mercado, especialmente quando há incertezas sobre as intenções tarifárias dos Estados Unidos.
Impactos nos mercados emergentes
Os mercados emergentes, como o Brasil, reagiram positivamente aos sinais de trégua na disputa EUA-China. Mesmo assim, a confiança dos investidores segue abalada, e o movimento do dólar hoje mostra que há grande sensibilidade a qualquer nova declaração ou mudança de postura por parte das autoridades americanas.
Países com maior dependência de exportações para China e EUA tendem a sofrer mais em caso de agravamento das tensões. No caso brasileiro, o impacto se concentra no câmbio, nos juros futuros e na bolsa.
O que esperar do dólar nos próximos dias?
O comportamento do dólar hoje é apenas um indicativo de que os investidores seguem reativos ao noticiário. Caso se confirmem novas rodadas de conversas entre EUA e China, é possível que o dólar mantenha trajetória de baixa.
No entanto, qualquer reversão no tom diplomático pode reacender a aversão ao risco e devolver pressão à moeda americana. A fala de Powell nesta tarde será fundamental para balizar expectativas sobre juros e sobre a condução da política monetária diante da incerteza comercial.