O cenário global continua turbulento após o chamado “Dia da Libertação”, quando o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas comerciais. Os impactos foram sentidos fortemente nos mercados, com quedas generalizadas em bolsas de valores da Ásia, Europa e América. Diante desse cenário, surge uma pergunta entre investidores: existem ações brasileiras à prova de Trump?
Segundo relatório do Bank of America (BofA), sim. O banco listou três empresas brasileiras que têm características que as tornam menos suscetíveis aos efeitos negativos dessas medidas protecionistas. As escolhidas foram Banco do Brasil (BBAS3), B3 (B3SA3) e BB Seguridade (BBSE3). Para o BofA, essas são ações brasileiras à prova de Trump, pois apresentam menor exposição aos Estados Unidos e maior resiliência frente ao atual ambiente de incertezas econômicas.
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Critérios do BofA para identificar ações à prova de tarifas
Os analistas do banco americano elaboraram uma metodologia rigorosa para identificar ações brasileiras à prova de Trump. Foram selecionadas apenas empresas com valor de mercado acima de US$ 10 bilhões e com alta liquidez diária. Entre os critérios considerados, destacam-se:
- Baixa ou nenhuma receita originada dos EUA
- Sensibilidade negativa ao dólar
- Baixa sensibilidade ao Índice Global de Revisão de Lucros
- Alta classificação de qualidade financeira
- Boa percepção no noticiário econômico (News Rank)
Com base nesses parâmetros, o BofA mapeou os setores mais protegidos: bancos, seguradoras e energia lideram a lista. E entre as empresas brasileiras, três nomes se destacam como ações brasileiras à prova de Trump.
Banco do Brasil: solidez e baixa exposição internacional
O Banco do Brasil é um dos principais nomes citados pelo relatório. Por ter foco no mercado interno, o banco estatal sofre menos com as flutuações do comércio internacional. Apesar de possuir operações no exterior, sua dependência do dólar é considerada moderada. Além disso, a solidez da gestão e a estabilidade de resultados colocam a instituição entre as ações brasileiras à prova de Trump, segundo o BofA.
BB Seguridade: receita doméstica e resiliência
Outra companhia apontada é a BB Seguridade, que opera quase exclusivamente no mercado brasileiro. Isso reduz drasticamente sua exposição às tarifas comerciais americanas. Ainda que variações cambiais possam ter algum impacto, a sensibilidade ao dólar é considerada baixa. A consistência nos resultados e o forte desempenho operacional contribuem para classificá-la entre as ações brasileiras à prova de Trump.
B3: beneficiada pelo fluxo para emergentes
Por fim, a B3 aparece como uma das ações brasileiras à prova de Trump devido ao seu papel central na infraestrutura do mercado de capitais brasileiro. A desaceleração da economia americana e a possível fuga de capitais dos Estados Unidos podem direcionar mais investimentos para países emergentes como o Brasil. Com isso, a operadora da bolsa brasileira pode se beneficiar de um aumento nos volumes de negociação.
Impactos das tarifas no mercado global
As tarifas anunciadas por Trump afetaram diretamente setores exportadores em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Nasdaq acumulam perdas de quase 10%. A Europa viu o Stoxx 600 cair quase 10%, enquanto na Ásia o Hang Seng perdeu mais de 13%. Nesse contexto, os analistas do BofA apontam que as ações brasileiras à prova de Trump tendem a se destacar por sua baixa correlação com esses mercados.
O Ibovespa, mesmo afetado pelas incertezas, caiu menos do que os principais índices globais, com retração de 3,59% nos últimos cinco dias. A presença de empresas com pouca exposição internacional e foco em serviços essenciais pode explicar essa resiliência.
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Proteção em tempos de incerteza
Em um ambiente global marcado por protecionismo, volatilidade e riscos geopolíticos, identificar ações brasileiras à prova de Trump é essencial para proteger carteiras e buscar retornos mais estáveis. Banco do Brasil, BB Seguridade e B3 reúnem as características desejadas pelos investidores: robustez financeira, operação voltada para o mercado interno e menor sensibilidade a choques externos.
Essas três empresas se destacam não apenas pela qualidade de seus fundamentos, mas também por oferecerem aos investidores uma alternativa defensiva em meio ao caos global. Assim, mesmo em tempos turbulentos, há espaço para estratégias inteligentes baseadas em ações brasileiras à prova de Trump.