O Resultado 4T24 do Bradesco mostrou um desempenho robusto, com o banco reportando um lucro recorrente de R$ 5,4 bilhões, crescimento de 87,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O número ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado, que projetava um lucro de R$ 5,3 bilhões, conforme dados da Bloomberg.
No acumulado de 2024, o Bradesco registrou um lucro total de R$ 19 bilhões, um avanço de 20% sobre o ano anterior. Apesar do crescimento expressivo, o banco ainda não conseguiu superar a rentabilidade de seus concorrentes diretos, como o Itaú e o Santander.
Desempenho Operacional e Rentabilidade
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Bradesco fechou o ano em 12,7%, um aumento de 5,8 pontos percentuais na comparação anual. No entanto, esse número ainda é inferior ao ROE do Itaú (22%) e do Santander (17,6%).
“Entregamos um lucro líquido R$ 2 bilhões acima do esperado no centro do nosso guidance, pois aproveitamos oportunidades para crescer significativamente em linhas de alta margem líquida”, afirmou Marcelo Noronha, CEO do Bradesco.
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Margem Financeira e Crédito
A margem financeira com clientes teve um crescimento de 4,7%, totalizando R$ 16 bilhões no trimestre. Esse desempenho foi impulsionado pelo aumento do volume médio de negócios e pela melhora na margem com passivos, ainda que a receita tenha sido impactada pelo menor número de dias no período.
O banco destacou o crescimento das operações de financiamento ao consumo para pessoas físicas, além de avanços na concessão de capital de giro para empresas.
A carteira de crédito expandida do Bradesco atingiu R$ 981 bilhões, um crescimento de 11,9% no trimestre e 4% no ano. Entre os destaques:
- Pessoas físicas: crescimento de 13,3%;
- Pessoas jurídicas: crescimento de 10,9%.
Inadimplência em Queda
O índice de inadimplência acima de 90 dias caiu para 4%, registrando uma melhora de 0,2 ponto percentual no trimestre e 1,1 ponto percentual no ano. Esse resultado reflete a qualidade das novas safras de crédito, que continuam demonstrando baixos níveis de atraso.
Com a melhora nos índices de inadimplência, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) caíram 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 8 bilhões. A PDD expandida recuou ainda mais, 29%, para R$ 7,4 bilhões.
Segundo o banco, a melhora na qualidade da carteira de crédito foi determinante para a redução de R$ 9,9 bilhões nas despesas com PDD expandida.
Receita com Serviços e Seguros
Outro ponto positivo do Resultado 4T24 do Bradesco foi o crescimento da receita com serviços, que somou R$ 10,2 bilhões, um aumento de 13,7% no ano e 3,6% no trimestre. Os principais impulsionadores foram:
- Margem financeira total;
- Receitas com prestação de serviços;
- Desempenho do segmento de seguros.
O Bradesco destacou que a participação na Cielo influenciou parte do desempenho positivo das receitas. Se desconsiderado esse efeito, o crescimento anual da receita de serviços teria sido de 7,9%.
Perspectivas para 2025
Para 2025, o banco adotará uma abordagem mais cautelosa na concessão de crédito. O CEO Marcelo Noronha afirmou que a instituição buscará crescer em linha com o mercado, reduzindo o apetite ao risco.
“Nossa carteira de crédito crescerá em linha com o mercado em 2025. Nossa opção é por garantir a sustentabilidade da nossa jornada, evoluindo com segurança e mantendo o custo de crédito sob controle“, disse Noronha.
O Bradesco divulgou seu guidance para o ano, projetando:
- Crescimento da carteira de crédito expandida entre 4% e 8%;
- Margem financeira entre R$ 37 e R$ 41 bilhões.
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Resultado 4T24 do Bradesco
O Resultado 4T24 do Bradesco demonstrou uma recuperação significativa, com crescimento do lucro, melhora na inadimplência e avanço da margem financeira. No entanto, a instituição ainda precisa avançar para alcançar a rentabilidade de seus concorrentes diretos.
A estratégia do banco para 2025 será focada na sustentabilidade do crescimento, com um controle maior do risco de crédito e expansão moderada da carteira de empréstimos.
O mercado segue atento às próximas decisões do Bradesco, principalmente em relação à sua capacidade de melhorar a eficiência operacional e recuperar a competitividade frente ao Itaú e Santander.