Atividade fabril alemã fecha 2024 em queda acelerada, segundo PMI

O setor manufatureiro alemão fechou 2024 com queda expressiva, segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI), que registrou 42,5 pontos em dezembro.
Economia alemã

O setor manufatureiro da encerrou 2024 com um desempenho preocupante, registrando uma retração acentuada na produção e nos novos pedidos, de acordo com dados divulgados pelo (Índice de Gerentes de Compras) do HCOB. A leitura de dezembro foi de 42,5 pontos, reforçando a tendência de contração do setor, já que valores abaixo de 50 indicam desaceleração.

Produção em declínio e impacto na economia alemã

O resultado representa uma queda em relação aos 43 pontos registrados em outubro e novembro, reforçando que a recuperação da maior da Europa está longe de acontecer. Segundo Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, a situação continua “sombria”, com recuo expressivo em setores estratégicos, como bens intermediários e bens de capital.

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Além disso, o número de novos pedidos seguiu em baixa, apontando uma demanda fraca tanto no mercado interno quanto externo, o que limita qualquer perspectiva de crescimento a curto prazo.

Queda no emprego industrial pelo 18º mês consecutivo

Outro fator que preocupa os analistas é a queda contínua do no setor manufatureiro. Em dezembro, as ajustaram sua força de trabalho pela 18ª vez consecutiva, embora a taxa de perdas de empregos tenha sido a mais baixa desde agosto.

A desaceleração na perda de postos de trabalho é atribuída à melhora nos prazos de entrega dos insumos e à redução dos custos de produção. Ainda assim, o otimismo quanto à retomada permanece limitado.

Expectativas para 2025: novos desafios à frente

De acordo com a pesquisa, os fabricantes mantêm expectativas cautelosas para 2025, devido à incerteza e aos desafios nos setores de construção e automotivo — áreas que historicamente impulsionam a economia alemã.

Cyrus de la Rubia avalia que a economia pode começar a apresentar sinais de recuperação no segundo semestre de 2025, após a formação de um novo governo em fevereiro, o que pode estimular investimentos e o consumo.

“Apesar da leve expectativa de melhora, os números atuais não trazem um suporte robusto para essa tese. O índice que mede a produção futura está apenas um pouco acima de 50 pontos, indicando que as empresas esperam aumentar sua produção de forma modesta nos próximos 12 meses”, ponderou de la Rubia.

Setores mais afetados e perspectiva global

O recuo mais acentuado foi observado no segmento de bens intermediários, como produtos químicos e componentes industriais, que registraram a maior queda em um ano. O setor de bens de capital, responsável pela produção de máquinas e equipamentos, também seguiu pressionado pela falta de novos investimentos.

Apesar disso, o relatório apontou melhorias na cadeia de suprimentos, com prazos de entrega mais curtos e custos de insumos em queda. Contudo, a redução de custos não foi suficiente para compensar a demanda fraca.

O cenário político como fator decisivo

O resultado das em fevereiro será um divisor de águas para o futuro da atividade fabril alemã. A mudança no comando político pode trazer novas medidas de estímulo, mas o ambiente econômico global ainda apresenta incertezas. A volatilidade nos preços da energia e os efeitos do conflito na Ucrânia também seguem como fatores de risco que podem limitar a recuperação do setor.


O fechamento do ano de 2024 reforça o cenário de alerta para a economia alemã, com a atividade fabril registrando um dos seus piores desempenhos em anos. O desafio do novo governo será implementar políticas que restabeleçam a confiança dos investidores e promovam um ambiente mais favorável para a e o crescimento econômico em 2025.

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