Azul tem rating rebaixado para CC após novo acordo de dívida

Azul tem rating rebaixado para CC após novo acordo de dívida

A Azul teve seu rating de crédito rebaixado para CC, refletindo os desafios de refinanciamento e alta queima de caixa. Com acordos recentes para evitar inadimplência, a companhia enfrenta dificuldades financeiras e busca reestruturação para manter a liquidez e sua posição de mercado.
azul tem rating rebaixado

A Azul tem rating rebaixado para CC pelas agências de classificação de risco Fitch Ratings e S&P Global, refletindo os desafios financeiros da companhia e sua vulnerabilidade a inadimplências. Esse novo rating indica um risco substancial para os investidores, pois sinaliza a possibilidade de default em meio aos esforços da empresa para renegociar suas dívidas.

As dificuldades enfrentadas pela Azul não são novas, mas se agravaram devido a condições econômicas desfavoráveis e ao aumento das obrigações financeiras. A empresa vem enfrentando alta queima de caixa e pressões operacionais que comprometem sua liquidez. Com o rebaixamento, a Azul entra em um período de incertezas sobre a capacidade de honrar suas dívidas, tornando o ambiente financeiro ainda mais desafiador para sua sobrevivência.

Refinanciamento e acordo de troca de dívida como medida de emergência

Para tentar aliviar sua situação, a Azul recorreu a um refinanciamento com seus credores, incluindo uma oferta de troca de dívida, também conhecida como distressed debt exchange (DDE). A Fitch interpretou esse acordo como um movimento para evitar uma inadimplência imediata, embora ainda mantenha a classificação da Azul em rating rebaixado. A troca de dívida é um indicador de que a empresa enfrenta sérios problemas de liquidez e precisa de alívio para manter suas operações.

Segundo o acordo, a Azul garantiu até USD 500 milhões em um novo financiamento prioritário. Desse montante, USD 150 milhões serão captados até o fim de novembro de 2024, com mais USD 250 milhões previstos para até o final do ano. Esses recursos serão fundamentais para sustentar o fluxo de caixa da empresa e cobrir os custos operacionais e financeiros que pressionam sua estrutura.

Seja o primeiro a saber os números que movem o mercado! 💼 Acesse o Guia 3T24 gratuitamente!

Impacto dos acordos com lessores e OEMs na liquidez da Azul

Além do refinanciamento, a Azul alcançou um acordo com lessores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs), cobrindo aproximadamente 98% das obrigações de emissão de ações. A empresa trocou essas obrigações por até 100 milhões de ações preferenciais, reduzindo despesas fixas e melhorando o fluxo de caixa. Esse acordo pode liberar até USD 150 milhões em liquidez nos próximos 18 meses, proporcionando um alívio temporário.

No entanto, essa renegociação com os lessores não resolve todos os problemas. A Azul tem rating rebaixado devido à sua alta dependência de obrigações de leasing e dívidas de longo prazo. A redução nas despesas operacionais alivia temporariamente a pressão, mas não resolve as questões estruturais que impactam sua sustentabilidade financeira no longo prazo.

Azul tem rating rebaixado em um contexto de alta queima de caixa

As razões para o rating rebaixado da Azul vão além dos acordos de refinanciamento. A empresa está enfrentando uma série de desafios operacionais que afetam seu desempenho financeiro. Em 2024, a Azul perdeu cerca de 10% de sua receita devido às inundações no Rio Grande do Sul e enfrentou atrasos na entrega de novas aeronaves. Além disso, a desvalorização do real e os altos custos de combustível tornaram o ambiente financeiro ainda mais desafiador para a empresa.

De acordo com estimativas da Fitch, a expectativa de EBITDA da Azul para o segundo semestre de 2024 está entre BRL 3,3 bilhões e BRL 3,6 bilhões. Contudo, as despesas operacionais, incluindo pagamentos de leasing, juros e investimentos em capital, somam aproximadamente BRL 4,1 bilhões, evidenciando um fluxo de caixa negativo. Esse cenário contribui para que a Azul tenha rating rebaixado, sinalizando riscos para investidores e credores.

Comparação com concorrentes no setor de aviação

Apesar do rating rebaixado da Azul, a empresa mantém uma posição de destaque no mercado doméstico brasileiro, sendo a única operadora em 80% de suas rotas. No entanto, suas condições financeiras são mais fracas em comparação com empresas como LATAM Airlines Group e Avianca Group, que têm ratings mais altos e melhores condições de refinanciamento.

A LATAM, por exemplo, tem um rating ‘BB-‘, sustentado por uma estrutura de capital mais robusta e uma diversificação geográfica maior. Já a Avianca possui rating ‘B’, com uma alavancagem mais controlada. A Azul, com rating rebaixado, encontra-se em uma situação vulnerável, com uma estrutura de capital enfraquecida e uma dependência significativa do mercado interno brasileiro, o que limita sua capacidade de enfrentar crises econômicas.

💰 As maiores pagadoras de dividendos para fechar 2024 com chave de ouro. Não perca! Baixe o relatório agora! 

Estrutura de dívida da Azul e recuperação em caso de default

Caso a Azul enfrente uma falência, a análise da Fitch indica que a empresa provavelmente continuaria operando. O cenário de recuperação considera um EBITDA sustentável de BRL 2,5 bilhões, com um múltiplo de 5,5x para o valor corporativo, refletindo sua posição de mercado no Brasil. Esse valor sustenta a classificação de recuperação para os títulos garantidos da empresa, que ficaram com um rating de ‘RR4’.

No entanto, a Azul tem rating rebaixado para ‘RR6’ nos títulos não garantidos, indicando baixíssima recuperação para esses credores. Essa estrutura de dívida complexa e altamente alavancada limita as possibilidades de recuperação e reflete a fragilidade da companhia. No caso de uma reorganização, a Azul precisaria reavaliar sua estrutura operacional e ajustar seu modelo de negócios para garantir uma retomada financeira sustentável.

Perspectivas futuras e sensibilidade de rating

A perspectiva da Azul continua negativa, e a Azul tem rating rebaixado para CC com o risco de ser reduzido ainda mais para ‘SD’ (default seletivo) caso o processo de troca de dívida seja concluído. A capacidade da empresa de levantar novos recursos será crucial para sua sobrevivência nos próximos meses.

Para manter operações sustentáveis e evitar novos rebaixamentos de rating, a Azul precisará buscar estratégias de recuperação financeira robustas. O controle de custos, a busca por maior eficiência operacional e a renegociação de condições com credores e fornecedores serão essenciais para evitar uma deterioração ainda maior da sua posição de crédito.

A Azul tem rating rebaixado e enfrenta um longo caminho de desafios à frente. Com as pressões de mercado, a desvalorização do real e um cenário econômico incerto, o futuro da companhia depende da implementação de ajustes estruturais que possam garantir sua viabilidade no longo prazo.

Compartilhe

Curso gratuito de milhas
Curso gratuito de milhas

Destaques do Dia

Correios registram prejuízo

Prejuízo dos Correios atinge R$ 1,7 bilhão no 1º trimestre de 2025

desaprovação do governo Lula

Desaprovação do governo Lula atinge maior nível da série e acende alerta para 2026, aponta AtlasIntel

Índice PCE dos EUA

Índice PCE dos EUA aponta desaceleração da inflação; subiu 2,1% em abril

gripe aviária

China suspende importações de carne de frango de todo o Brasil após gripe aviária

Fusão AZUL4 e GOLL4

Fusão AZUL4 e GOLL4 fica em segundo plano: ‘Nosso foco é 100% na reestruturação’, diz executivo

1T25

Construtoras e educacionais em alta — Os destaques positivos e negativos do 1T25

PIB do Brasil

PIB do Brasil cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025 impulsionado pela agropecuária

Taxa Selic alta

A Taxa Selic alta é ruim para todos?

Trump acusa China

Trump acusa China de violar acordo comercial preliminar

Dívida pública bruta do Brasil

Dívida pública bruta do Brasil fica em 76,2% do PIB em abril

milho no mundo

Vai faltar milho no mundo ainda em 2026 e cereal deverá valer mais no próximo ano

Estoques de petróleo dos EUA

Estoques de petróleo dos EUA caem 2,8 milhões de barris

Governo Central tem superávit

Governo central tem superávit de R$17,782 bilhões em abril

recuo no IOF

Haddad vai tirar R$ 1,4 bilhão de fundos para compensar recuo no IOF

mercado de fundos imobiliários

Mais risco, mais retorno? No mercado de fundos imobiliários, o buraco tem sido mais embaixo; entenda

Dá para lavar dinheiro com criptomoedas?

Dá para lavar dinheiro com criptomoedas? Veja como o governo brasileiro investiga esses crimes

índice e dólar

Futuros disparam ou afundam? Veja o que esperar do índice e dólar hoje

Radar Diário de Ações - 29/05/2025

Radar Diário de Ações – 29/05/2025

taxar bets e criptomoedas

Taxar bets e criptomoedas pode compensar perda com IOF, diz Itaú

Frango e ovos

Frango e ovos devem ter queda de preços nos próximos três meses com suspensão de exportações

Caged

Caged: Brasil cria 257 mil empregos com carteira assinada em abril

reunião do FED

Ata da reunião do FED de maio revela dilemas sobre inflação, juros e tarifas

Suzano pode comprar unidade da Kimberly-Clark

Suzano pode comprar unidade da Kimberly-Clark por US$ 4 bilhões, oportunidade ou risco?

ações para comprar após alta do Ibovespa

5 ações para comprar após alta do Ibovespa

Radar Diário de Ações - 29/05/2025

Radar Diário de Ações – 28/05/2025

Aumento no IOF

O setor que será mais pressionado pelo aumento no IOF, segundo o BTG

Japão prepara pacote emergencial

Japão prepara pacote emergencial de US$ 15,5 bilhões para apoiar empresas afetadas por tarifas

Brasília é a capital com maior inflação

Brasília é a capital com maior inflação na cesta básica em 6 meses

Carrefour Brasil sairá da bolsa

Carrefour Brasil sairá da bolsa na sexta-feira; veja como ficam as ações CRFB3 na sua carteira e quem recebe dividendos

Petrobras avalia emitir debêntures

Petrobras avalia emitir debêntures de R$ 3 bilhões em meio a boom no mercado

Material Gratuito

Banco do Brasil (BBAS3): Reduzindo para Neutro

Os resultados do 1T25, divulgados na noite de quinta-feira, foram “piores do que o temido”, e o BTG acredita que a teleconferência falhou em abordar todas as preocupações levantadas por investidores e analistas.

6 Estratégias para modernizar sua gestão financeira

Descubra como líderes financeiros estão automatizando processos, reduzindo custos e ganhando tempo com decisões mais inteligentes.

FUNDOS IMOBILIÁRIOS (FIIs) MAIO 2025 - CARTEIRA RECOMENDADA

Descubra as melhores oportunidades de investimento em FII, com análises profundas e recomendações exclusivas

Carteira recomendada de Ações 10SIM | Maio

Obtenha acesso exclusivo às 10 principais recomendações de ações para 2025, selecionadas pelos analistas experientes do BTG Pactual.

SMALL CAPS MAIO 2025 - CARTEIRA RECOMENDADA

A Carteira de Ações Small Caps que transformou R$ 25.000,00 em mais de 1 Milhão nos últimos 10 anos. Não perca essa chance, baixe agora e começe a lucrar!

Estratégia de Investimento Global – Maio/2025

As decisões de grandes players globais estão impactando juros, inflação e ativos. Saber onde posicionar seu capital agora pode definir seus retornos nos próximos meses.
Cotações de Ações