O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,44% em setembro de 2024, um aumento significativo em relação à taxa de agosto, que havia sido de -0,02%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do mês foi impulsionado principalmente pelos aumentos nos preços da energia elétrica residencial e alimentos, dois dos principais itens que compõem o índice.
Com este resultado, o IPCA acumula uma alta de 3,31% no ano e de 4,42% nos últimos 12 meses, acima dos 4,24% registrados nos 12 meses anteriores. Em comparação, no mesmo período de 2023, a variação havia sido de 0,26%.
Principais Grupos de Influência
Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, Habitação (1,80%) e Alimentação e Bebidas (0,50%) foram os principais responsáveis pelo aumento de setembro, contribuindo com 0,27 pontos percentuais (p.p.) e 0,11 p.p., respectivamente, para a variação total do índice.
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Habitação: Reajustes na Energia Elétrica
O grupo Habitação foi o que mais pressionou o IPCA, com um aumento de 1,80%, influenciado pelos reajustes na energia elétrica residencial. Em setembro, vigorou a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adicionou R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos, após a bandeira verde, vigente em agosto.
“A mudança na bandeira tarifária gerou um impacto significativo no IPCA deste mês, principalmente nas cidades onde os reajustes já estavam em curso,” explicou André Braz, coordenador de Índices de Preços do IBGE.
Reajustes expressivos também foram observados nas tarifas de energia elétrica em cidades como Porto Alegre (7,01%), Vitória (6,79%), São Luís (4,07%) e Belém (2,79%). Além disso, houve aumento nas tarifas de água e esgoto (0,08%), com destaque para as cidades de Fortaleza (1,46%) e Salvador (0,36%).
Outro item que impactou o grupo Habitação foi o aumento de 2,40% no preço do gás de botijão, um componente importante no custo de vida das famílias brasileiras.
Alimentação: Alta nos Preços de Frutas e Carnes
No grupo Alimentação e Bebidas, a alta foi de 0,50%, puxada principalmente pela alimentação no domicílio, que subiu 0,56% após dois meses de queda. Os destaques foram o mamão (10,34%), laranja-pera (10,02%), café moído (4,02%) e o contrafilé (3,79%).
Em contrapartida, alguns alimentos apresentaram queda nos preços, como a cebola (-16,95%), tomate (-6,58%) e a batata inglesa (-6,56%).
“A volatilidade nos preços dos alimentos continua sendo um fator relevante na variação do IPCA, especialmente em itens sensíveis à sazonalidade, como frutas e hortaliças,” destacou Braz.
A alimentação fora do domicílio também apresentou alta, de 0,34%, próxima à variação do mês anterior. O item lanche acelerou de 0,11% em agosto para 0,67% em setembro, enquanto o item refeição desacelerou de 0,44% para 0,18% no mesmo período.
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Outros Grupos e Transportes
No grupo Transportes, a variação foi de 0,14%, impulsionada pela alta de 4,64% nas passagens aéreas. No entanto, o impacto foi parcialmente compensado pela queda de -0,02% nos combustíveis, com destaque para a retração nos preços da gasolina (-0,12%) e do diesel (-0,11%). Por outro lado, o etanol (0,75%) e o gás veicular (0,03%) registraram alta.
Variação Regional
Regionalmente, a maior variação foi registrada em Goiânia, com 1,08%, resultado da alta nos preços da gasolina (6,24%) e da energia elétrica (4,68%). Na outra ponta, Aracaju teve a menor variação, com 0,07%, influenciada pela queda nos preços da cebola (-25,07%), tomate (-18,62%) e gasolina (-1,68%).
Tabela de Variação Regional do IPCA
Região | Variação Setembro (%) | Variação Acumulada no Ano (%) | Variação 12 Meses (%) |
---|---|---|---|
Goiânia | 1,08 | 3,47 | 5,08 |
Curitiba | 0,77 | 3,12 | 3,52 |
Rio Branco | 0,75 | 2,83 | 4,11 |
São Luís | 0,60 | 4,82 | 4,62 |
Campo Grande | 0,58 | 3,23 | 4,45 |
Brasil | 0,44 | 3,31 | 4,42 |
O resultado de setembro reflete a retomada da pressão inflacionária em alguns itens essenciais, como energia elétrica e alimentação, após um período de deflação no mês anterior. A alta de 0,44% no IPCA mostra um cenário de retomada de custos para o consumidor, principalmente em áreas sensíveis como Habitação e Alimentação. O acumulado do ano de 3,31% e a variação de 4,42% nos últimos 12 meses indicam uma inflação que, embora moderada, ainda precisa ser monitorada de perto pelo governo.
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